sábado, 16 de novembro de 2013

ORAÇÃO!

TEXTO: E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, la estava Ele (Jesus), só. (Mt 14: 23. – ARA)
            Para mim, é um pouco difícil fazer uma reflexão a partir deste tema tão pertinente que nos desafia com uma realidade que ultrapassa os nossos limites no que se refere a esta necessidade: desenvolver uma vida disciplinada de oração de acordo com uma espiritualidade cristã.
            Creio na necessidade de se destruir alguns mitos existentes em muitas de nossas comunidades:
1) O MITO DO “ESPIRITUAL” – A espiritualidade sadia e equilibrada que nós cristãos sempre procuramos, muitas vezes, é atravessada por um tipo de “espiritualidade doentia, quase sempre formatada e enclausurada dentro da perspectiva pessoal de oração.
            Quase sempre, nos preocupamos muito mais com o tempo gasto em oração coletiva, do na busca de uma vida piedosa. A piedade não dá IBOP nem mesmo nos traz a imortalização nos grandes ministérios.
2) O MITO DO LUGAR – Em Jesus percebemos que o lugar da oração é onde Deus habita: Ele habita é no coração do homem. Pois é em nosso coração que erguemos o altar verdadeiro. Creio que não existe “O LUGAR” propicio, o que existe realmente é um coração disponível para conversar com Deus e que faz deste momento, um momento para se relacionar com Deus.
3) O MITO DO COLETIVO – Confesso que tenho muita dificuldade de orar em grupo, ou até mesmo em publico, salvo em pregações e apelos, pois creio que este tipo de oração vem perdendo sua funcionalidade pratica. Muitos, nesta hora, pregam, outros evocam uma oração imprecatória e ainda muitos aproveitam para “profetizar” ou “descer a lenha” nos irmãos. Por isso não me sinto nem um pouco a vontade no meio das reuniões de oração, ou mesmo de orar em publico, mas tenho me esforçado muito, pois isso faz parte do meu ministério.
4) O MITO DO “HOMEM DE ORAÇÃO” – Isso menospreza aqueles que oram no silencio da busca através da quietude e do relacionamento estreito com Deus
            Os evangelhos não trazem este retrato de Jesus nem estimulam esta perspectiva de igreja. Em Mt 6: 6 diz: Tu porem, quando orares, entra em teu quarto e, fechando a porta, orarás ao teu Pai, que está em secreto... – por aí vemos que o evangelho caminha em outra direção.
            Quero agora me aprofundar mais nesta reflexao partindo de três perguntas básicas: 1) O que é oração? – 2) Como obter uma vida de oração? – como desenvolver uma vida de oração, enquanto cidadãos do reino?
1.    O. Hallesby diz que orar é permitir que Jesus entre em nosso coração. Que não é a nossa oração que Poe Jesus em movimento. É Jesus que nos leva a orar. Jesus nos ensina que em nosso ministério evangelístico e em nossa vida diária a oração deve ser sempre vista como ferramenta fundamental, vital e inseparável – ver: Mt 14: 23; Lc 5: 16; Lc 6:1.
2.    Gosto da frase de E. B. Boud, pois anula a questão da falta de tempo, quando diz que “a pessoa tão ocupada que não pode orar, também estará muito ocupada para viver uma vida santa”.
3.    Aprendemos com Jesus que o enfoque da oração é o próprio Deus e não nós mesmos (James Houston). Oramos não somente para desfrutarmos da experiência de orar, mas para nos comunicar com Deus, para submetermos a Ele, para amarmos e O servirmos. Houston nos ensina que a oração é a nossa resposta ao interesse demonstrado por Deus em nós e ao seu amor por nós.
E para finalizar, a busca por uma vida que equilibre espiritualidade e oração nunca foi fácil pra ninguém, também não será para nós.
      A. Tozer afirma que: “existe uma doce teologia do coração que só se aprende na escola da renuncia”. Quanto mais oramos, e a medida que o “eu” vai morrendo, mais vamos crescendo em vida com Deus.
      Resta-nos nestes dias tão “apressados” nos voltarmos à Deus, afim de buscar mais a sua face num ambiente tranquilo.
      Quando nos voltamos para Deus, somos por Ele atraídos e Sua vida cresce em nós, pois esta é a vida normal do cristão.
      Finalizo com estas belas palavras de Agostinho: Tu nos fizeste para Ti mesmo, e nossos corações ficam desassossegados enquanto não descansam em Ti.

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso Espírito. Amem. (Gl 6: 18). 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

MARTA E MARIA: DUALISMO OU COMPLEMENTO?

(TEXTO: Lc 10,38-42)
Somente três personagens aparecem neste curto texto de Lc 10,38-42: Jesus, Marta e Maria. Jesus visita as duas irmãs, escuta, questiona Marta, acolhe a postura de Maria. Marta é a anfitriã, a dona de casa, preocupada em oferecer um delicioso almoço a Jesus. Com esta preocupação, ela recebe Jesus e vai continuar seu trabalho, sem curtir a visita amiga. Maria não fica preocupada com a casa. Não é solidária com a irmã no serviço. Quer somente estar com Jesus. Sentada aos seus pés, escuta-o atentamente. Ela escolhe algo inédito para as mulheres de sua época. Com qual desses três personagens nos identificamos mais?
SITUANDO
Esta narrativa sobre a visita de Jesus à Marta e Maria é própria de Lucas. O evangelista situa este texto em seguida à parábola do samaritano (Lc 10,29-37). Lucas deve ter um bom motivo para isso. Um dos motivos de ligação entre esta narrativa e a parábola do samaritano é que Jesus se faz próximo. Entra na casa de Marta, conversa, come junto com as duas Irmãs. Ele se aproxima de duas mulheres, que, como as outras judias da sua época, eram consideradas impuras. Mas, também podemos supor que Lucas tenha feito outra relação entre a parábola do samaritano e a narrativa de Marta e Maria. O texto informa que "Jesus entrou num povoado e certa mulher, chamada Marta o recebeu em sua casa" (10,38). Diante das críticas e da crescente oposição a Jesus, narrada no capítulo seguinte (11,14-54), a acolhida prestativa de Marta e a escuta amorosa de Maria podem ser também uma resposta bem concreta à pergunta do legista: "Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" (10,25).
A Boa Nova deste texto é que Jesus entra na casa de Marta e Maria e come com elas. Elas eram judias, mas eram consideradas impuras por serem mulheres. Transparece no texto muita amizade e confiança entre eles, pois Marta chega a fazer reclamações triviais em relação à falta de solidariedade de sua irmã Maria (10,40).
COMENTANDO
1 - O que é mais importante: a oração ou a missão?
A tradição cristã encontrou neste texto uma amostra de dois modelos de seguimento de Jesus, considerando um superior ao outro por causa da palavra de Jesus: "Maria escolheu a melhor parte" (10,42b).  Assim, acham que Marta representa um seguimento de Jesus focado no trabalho, na intensa atividade missionária ou apostólica. Maria representa um seguimento focado na escuta, na oração, na contemplação. Mas, este dualismo é falso. Ninguém pode ser somente missionário, nem somente contemplativo. Cada pessoa que deseja seguir Jesus precisa ser ao mesmo tempo missionária contemplativa, ou contemplativa missionária. Por isso, volto ao texto, para comentá-lo:
Será difícil achar uma descrição mais vívida de caracteres feita em tão poucas palavras como a que encontramos nestes versículos.
(1) Mostram-nos o choque de temperamentos. Nunca deixamos muito lugar para o temperamento na religião.
Algumas pessoas são por natureza muito dinâmicas e ativas; outras são naturalmente caladas. A pessoa ativa tem dificuldade para compreender a outra que se senta, pensa e contempla. E a pessoa devota dos momentos de silêncio e meditação muitas vezes despreza a que só se entrega à atividade. Não há nada mau em nenhuma das duas atitudes. Deus não fez todos iguais. Ele necessita suas Marias e também suas Martas.
(2) Mas estes versículos nos mostram algo mais – o tipo equivocado de amabilidade. Pensemos para onde ia Jesus quando isto aconteceu. Ia a caminho de Jerusalém, para morrer. Todo seu ser estava envolto em uma batalha intensa por fazer com que sua vontade fosse à vontade de Deus. Quando Jesus chegou ao lar de Betânia era um grande dia, e Maria se dispôs a celebrá-lo, como diz o refrão: “deixando a casa de pernas pro ar”. Mas Marta apurava-se, fazia coisas e cozinhava; e isso era precisamente o que Jesus não queria. Desejava silêncio. Com a cruz pela frente, e com sua tensão interior, tinha ido a Betânia em busca de um oásis de tranquilidade longe das multidões insistentes, a menos de uma hora ou duas; e isso foi o que Maria lhe deu, e isso é o que Marta, com sua amabilidade, fez o melhor para destruir. "Só uma coisa é necessária" – possivelmente isto signifique: "Não quero um banquete, tudo o que quero é um prato, a comida mais simples." Em resumo, Maria o compreendeu e Marta não.
Esta é uma das grandes dificuldades da vida. Muitas vezes queremos ser amáveis com as pessoas – mas à nossa maneira; e se ela não é a adequada, ofendemo-nos e pensamos que não nos aprecia. Se quisermos ser amáveis a primeira coisa é tentar ver no coração da pessoa a quem desejamos ajudar – e nos esquecer de todos os nossos planos e pensar só no que ela necessita. Jesus amava a Marta, e ela também o amava. Mas quando ela quis mostrar sua amabilidade, do seu jeito, em realidade não foi de ajuda porque o coração de Jesus clamava por silêncio. Jesus amava a Maria, e ela a ele, e ela compreendeu.

O jeito especial de Jesus olhar para todas as mulheres, a partir da sua intimidade com seu Abba e da sua visão do Reino de Deus, lhe dá criatividade e autoridade para mudar as situações de opressão e dominação aparentemente sem saídas. E Jesus o faz de maneira nova, diferente, inesperada. O texto de Marta e Maria desperta a memória da tradição de Jesus. Ao escrever este texto, Lucas está apontando para esta Boa Nova que já estava sendo um pouco esquecida no tempo em que ele escreveu seu evangelho.

terça-feira, 2 de julho de 2013

LIÇÕES DO RICO E LÁZARO.

TEXTO: Lc 16: 19-31.
Devido o comportamento dos fariseus (Lc 16.14s) motivou a Jesus que contasse a parábola do Rico e Lázaro. Jesus prega aqui a grande verdade de que omitir-se em relação à ordem de “com ajuda da riqueza fazer amigos” pode vir a causar a desgraça eterna. Creio que esta parábola (Lc 16.19-31) é uma contrapartida para a parábola do administrador injusto, com a qual está ligada. Quem faz amigos com as riquezas da injustiça receberá o prêmio nas moradas eternas (Lc 16.1-9). Quem por orgulho e egoísmo utiliza seus bens terrenos apenas para fins egoístas e interesseiros, é remetido ao tormento eterno.
            Esta parábola está construída com tal mestria que não tem uma só frase a mais. Ela trata das questões sociais e econômicas e as suas influencias na esfera espiritual. A parábola mostra duas situações adversas. Consideremos, pois, os dois personagens desta parábola.
Primeiro, o homem rico (não faz referencia a nenhum nome). Cada frase adiciona algo para descrever o luxo em que vivia. Vestia-se de púrpura e linho fino. Esta é a descrição das túnicas dos sumos sacerdotes, que podiam custar uma soma equivalente a vários anos de trabalho de um operário, cujo valor corrente era, em torno de uma dracma por dia trabalhado. Todo o dia dava festas. Fazendo isso quebrantava definida e positivamente o quarto mandamento, que não só proíbe trabalhar nos sábados, mas também diz seis dias trabalharás (Êxodo 20:9). Em um país onde a pessoa pobre se contava feliz se podia comer carne uma vez por semana e onde trabalhava duramente seis dias por semana, o rico é a figura da indolência e da insensibilidade. Lázaro aguardava que caíssem as migalhas da mesa do rico. Na época de Jesus não havia nem faca nem garfos nem guardanapos. Comia-se com as mãos, e em toda casa rica, as mãos se limpavam em pedaços grossos de pão, que logo se jogavam. Lázaro estava esperando esse pão. O rico é a imagem do esbanjamento.  Usufruía de uma vida confortável, status social, cuja existência limitava-se a este tempo terreno. Sua situação era muito boa, então não havia uma preocupação ao futuro, sua vida terrena era suficientemente tranquila, então não havia a preocupação com o pós-morte.
A parábola não diz que ele não dava esmolas para Lázaro. Não tinha ordenado que Lázaro fosse posto para fora. Não tinha dito que Lázaro tomasse o pão que se atirava de sua mesa. Não lhe tinha dado de chutes ao passar. Não tinha sido deliberadamente cruel com ele. O pecado do rico tinha sido não prestar atenção a Lázaro, tê-lo aceito parte do panorama, ter pensado que era perfeitamente natural e inevitável que Lázaro estivesse sofrendo na dor e na fome enquanto ele nadava na opulência. Como alguém disse: "Não foi o que o rico fez o que o condenou, mas sim o que não fez o levou ao inferno".
Em segundo lugar, Lázaro, que não é o personagem principal, mas secundário da parábola, aparece somente sofrendo ou suportando. Chama atenção que não se menciona o nome do rico, enquanto o do pobre é citado. Trata-se da única vez em que um nome é citado em todas as parábolas de Jesus (seria para mostrar que o Senhor conhece e chama pelo nome aqueles que lhe pertencem?). A situação de Lázaro era extrema ao do rico. De alguma forma ele buscava ser visto e ajudado pelo homem rico, já que permanecia jogado a sua porta, e, alimentava-se apenas de migalhas que caia da sua mesa. Quantos estão à nossa porta esperando que compartilhemos um pouco de tantas riquezas que temos recebido do Senhor?
Lázaro estava “jogado” no acesso ao portão do rico. A forma “jogado” expressa melhor a construção da forma passiva do texto original. No entanto, é possível que estivesse prostrado por uma enfermidade (cf. Mt 8.6,16; Mc 7.30). Aqui o termo significa que o pobre nem mesmo era capaz de movimentar-se livremente e, além disso, que as pessoas que o traziam à frente da porta do rico livravam-se dele como de um fardo pesado que se lance por terra.
Lázaro estava jogado diante do portão coberto de chagas. Uma enfermidade maligna, claramente visível, demandava urgentemente um cuidado misericordioso. Ao lado da necessidade de cuidado sua fome não saciada deveria ter causado a compaixão do rico. Contudo na casa do rico não havia disposição para ajudar. De forma análoga a uma das parábolas anteriores, ninguém se compadeceu dele (Lc 15.16).
De maneira drasticamente intensificada o relato prossegue, dizendo: “Até os cães vinham lamber suas feridas”. Ao pobre não eram propiciados nem cuidados nem atendimento. Recebia tão pouca atenção que somente os cães cuidavam dele, lambendo com compaixão canina suas feridas. Não há consenso entre os comentaristas se o lamber dos cães aliviava ou aumentava as dores.
Lázaro não tinha nenhuma perspectiva nesta vida terrena. Suas mazelas levavam-o ao anseio de outra vida que acabasse de vez com suas duras lutas. Leva-o a busca de Deus para preencher o vazio que a sua vida terrena trazia, o fez optar pelas coisas celestiais, e teve sua recompensa.
Porém seria complicado que Jesus declarasse que anjos o carregaram para junto de Abraão se não tivesse outra carta de recomendação a apresentar a seu ancestral Abraão do que meramente sua pobreza no passado.
A primeira parte, mais curta, da parábola, que abrange o episódio terreno, mostra um homem rico em seus afazeres terrenos e a forma como aproveitava a vida, como um administrador infiel em relação ao que demandavam “a lei e os profetas”, que o rico conhecia. A devoção do pobre e a impiedade do rico são apenas aludidas.
As palavras “Havia um homem rico” introduzem o personagem principal da narrativa. Na segunda frase é descrita a esplêndida vida de opulência desse homem rico. É uma pintura de traços vigorosos e características de fácil compreensão. A púrpura era a cor vermelho-escura de um tecido de lã, vendido por preço extremamente caro. O linho não menos precioso, que igualmente custava muito caro por causa de sua cor branca radiante. Ambos os tipos de tecido eram tão luxuosos que somente reis e sacerdotes tinham condições de usar tais vestimentas. Banquetes festivos aconteciam não uma vez ou outra, mas diariamente em sua casa. Em todos os divertimentos ele ostentava o esplendor pomposo de suas magníficas vestes.
As riquezas não são ruins, e muito menos Jesus falou que ser rico é pecado. As riquezas se tornam dádivas de Deus quando a usamos para amenizar a pobreza dos outros. O grande problema é quando nossa confiança e prazer se coloca nela, e ela se torna suficiente ao ponto de não mais se confiar em Deus.
A sequencia da narrativa fala do estado bem-aventurado ao qual Lázaro foi transferido por intermédio da morte. Nada é dito acerca de um sepultamento do pobre, de quem ninguém sentiu falta. Jesus permite entrever que a morte representou o fim do sofrimento e a entrada na beatitude para o pobre. Da terra, palco de seu sofrimento, os anjos o carregaram para junto de Abraão.
As informações dadas acerca do pobre conduzem à história do rico. Relata-se que ele também morreu. Antes, porém, de se mencionar a situação em que ele se encontrava, é acrescentado: “E foi sepultado”. Da mesma forma como não se sente falta da observação de que o pobre não foi sepultado, tão impactante aparece, no entanto, esse adendo acerca do rico. De todos os bens deste mundo restou-lhe somente a sepultura, à qual o corpo foi entregue para apodrecer. Nessas palavras está uma alusão ao contraste referente ao fato de que o pobre foi carregado para o colo de Abraão. Para Lázaro a morte trouxe o fim de seu sofrimento terreno, para o rico o fim de sua felicidade na terra.
O rico estava no lugar dos suplícios. O gesto de levantar os olhos deve ser imaginado como um anseio e uma busca do atormentado por socorro. Fala-se de erguer o olhar, da língua do rico, do dedo de Lázaro, do sofrimento nas chamas e de ser refrigerado por meio da água.
O pecado do rico era que podia olhar o sofrimento e a necessidade do mundo, sem sentir que a espada da dor e a compaixão atravessava seu coração; via outro homem, faminto e dolorido, e não fazia nada por ele. Seu castigo foi o de alguém que nunca se deu conta de nada.
Parece-nos muito duro que seu pedido de que se advertisse a seus irmãos fosse negado. Mas a simples realidade é que se os homens possuírem a verdade da Palavra de Deus, e sim, a qualquer lugar que olhem, há tristeza que precisa ser consolada, necessidade que suprir, dor que remediar, e isso não os move à compaixão e a ação, nada os mudará.
É uma terrível advertência o recordar que o pecado do rico foi não que fizesse coisas más, mas sim não ter feito nada.
Mas a parábola também nos remete a outros ensinamentos:
1) É aqui na terra que decidimos a eternidade no céu. Para isso Deus deu os meios necessários: as Escrituras e os Profetas.
2) Cada individuo receberá sua sentença ao deixar este mundo logo após a morte, e que cada um é responsável por si, no que diz respeito à sua decisão.
3) Mostra que só é possível passar uma vez nesta terra, depois disso é juízo combatendo a reencarnação, não sendo possível aos espíritos comunicar-se com os vivos.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

JESUS E SEU BATISMO.


Texto: Mt 3: 13-17.
Ajuda-me, Senhor, a atentar para a tua vontade em todas as coisas e a me consagrar a ti; efetua Tu mesmo o querer e o realizar, e faze com que meu coração te seja totalmente santificado. Aceita o meu corpo e o meu espírito como sacrifício. Teu, Senhor, é tudo que tenho e sou. Amém.
            Desde que os homens começaram a refletir sobre a história dos evangelhos, sempre encontraram dificuldade em compreender o batismo de Jesus. No batismo de João havia um chamado ao arrependimento e o oferecimento de um caminho para o perdão dos pecados. Mas, se Jesus é quem nós cremos que é não precisava arrepender-se, nem necessitava que Deus o perdoasse. O batismo de João era para pecadores conscientes de seus pecados, e, portanto, não parecia aplicável a Jesus em nenhum ponto de vista.
            O batismo de João atraiu, como tantos israelitas, como também Jesus vem para ser batizado. Mas o mesmo João que nos demais casos tinham a convicção de que todos sem exceção precisavam passar pela confissão de pecados, pela conversão e pelo batismo se quisessem participar do reino dos céus, agora diz a Jesus: eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize? Portanto, segundo a opinião de João, Jesus não tem a necessidade do perdão dos pecados, não precisa primeiramente tornar-se justo, ele já era justo, a saber, justo a partir de si mesmo.
            A pergunta aqui é: Por que Jesus deixou-se batizar? Todos nós sabemos da importância do batismo de João. Ele significava juízo sobre a pessoa culpada. Jesus tinha necessidade de um juízo? Não, por causa de si próprio Ele não precisava deixar-se batizar. Jesus submeteu-se ao batismo não somente exteriormente, como a uma cerimônia, ou para nos dar exemplo, a saber, de que também nós, precisamos deixar-nos batizar. Jesus sabia que precisava realizar e construir o que este batismo representa. Jesus esta consciente de que Ele é o Cordeiro de Deus que leva embora o pecado do mundo. Por isso Ele responde a João: pois é desta maneira que faremos tudo o que Deus quer.
            Por isso Ele desce à mesma água com os pecadores. Iguala-se a todos nós pecadores.
            O batismo de João significa condenação! Jesus quer suportá-la por todos nós.
            O batismo de João significa um grito de misericórdia!
– Jesus quer abrir o acesso do trono da graça. Com nitidez, vislumbra no vim de seu caminho a cruz. No seu batismo Ele assume decididamente essa cruz. – Por isso, o batismo de João veio a ser, no seu auge, uma clara profecia da morte de Jesus.
            Três sinais miraculosos formam a resposta divina ao batismo de Jesus;
1.    Os céus se abrem;
2.    O Espírito Santo desce;
3.    A voz de Deus fala.
O céu se abriu: agora os céus estão novamente rasgados, ou abertos. Abrem-se as regiões que até então estavam trancadas aos seres humanos. Em Jesus, ficou livre o caminho do coração paterno de Deus! A terra recebeu de novo o céu. E novamente é possível ser nascido do céu!
O Espírito Santo desce: Pergunta: O que significa a transmissão do Espírito para o próprio Senhor Jesus? – De forma alguma constitui em uma contradição, como alguns pensam que o Espírito Santo desce no momento do batismo e que o Senhor Jesus nasceu maravilhosamente lá em Belém pela força do Espírito Santo. É certo de que Jesus não viveu 30 anos sobre a terra sem o Espírito Santo. Contudo agora, no inicio da vida publica de Jesus, o Espírito Santo, que durante 30 anos foi o elo de comunhão entre o Pai e seu Filho encarnado, entra em um novo tipo de relacionamento. O Pai o ungiu como Rei mediante o Espírito Santo e simultaneamente como profeta, poderoso em atos e palavras perante Deus e todo o povo. Em consequência, no caso de Jesus o Espírito Santo jamais pode ser o Espírito do novo nascimento. Pois Jesus não precisava de um novo nascimento, com nós precisamos, Ele já era santo desde o seu nascimento conforme Lc 1: 35 que diz: O Espírito Santo de Deus virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de SANTO e Filho de Deus. Aqui o Espírito Santo é compreendido como instrumentalização publica para a atividade que Jesus de agora em diante irá exercer. Agora iniciam os feitos milagrosos e as curas de enfermos.
      E o terceiro sinal milagroso acontecido do céu foi a voz Divina. Através do meio mais direto, mais pessoal e mais intimo de expressar a comunhão, a saber, pela palavra, Deus revela ao seu Filho o relacionamento, singular por excelência, que existe entre ambos. Soa a voz de Deus, abrindo-lhe o que Ele é para Deus, a saber, o amado, amado como um Filho único só pode ser amado pelo pai, e revelando o que o Filho por isso é par o mundo, a saber, o instrumento do amor de Deus pelas pessoas. O envio do Filho tem a finalidade de elevá-las à extraordinária dignidade de filhos de Deus.
      E para concluir, que contraste entre o inicio e o fim deste capítulo! Lá no inicio, as mais duras palavras de condenação de João Batista, aqui no final o Cordeiro de Deus, que tomou sobre si todo o juízo ao deixar-se batizar no lugar dos pecadores. Lá no inicio a lei – aqui o evangelho, a boa nova; lá o juízo, aqui a graça.

O ESPÍRITO DA VERDADE.


Texto: Jo 16: 12-15.
Ajuda-me, Senhor, a atentar para a tua vontade em todas as coisas e a me consagrar a ti; efetua Tu mesmo o querer e o realizar, e faze com que meu coração te seja totalmente santificado. Aceita o meu corpo e o meu espírito como sacrifício. Teu, Senhor, é tudo que tenho e sou. Amém.
            Para Jesus, o Espírito Santo é o Espírito de verdade e sua obra suprema é levar a verdade de Deus aos homens: é isto que chamamos de revelação. Não há outra passagem no Novo Testamento que nos mostre com maior clareza que este.
1. A revelação por essência é um processo progressivo. 
             Jesus sabia muitas coisas, mas não podia dizer todas as seus discípulos nesse momento porque não eram capazes de recebê-las. Só se pode dizer a cada pessoa o que ela pode compreender. Todo ensino, toda a revelação deve adequar-se à capacidade que cada um tem para recebê-la. Quando queremos ensinar um menino a ler, não começamos com um texto pronto. Precisamos ensinar primeiro o alfabeto, depois juntar as letras para formar uma palavra e assim por diante. O mesmo acontece com a revelação de Deus aos homens. É uma revelação gradual. Deus pode ensinar aos homens aquilo que são capazes de aprender. Este fato fundamental tem certas consequências.
            Primeiro, explica as partes do AT que às vezes nos preocupam e desalentam.  Quando lemos na Bíblia nesse momento, essa era toda a verdade de Deus que os homens podiam entender. Tomemos um exemplo: em muitas passagens do AT se fala em fazer desaparecer os inimigos e destruir a fazenda e os homens, as mulheres e os meninos quando se conquistava uma cidade. Por trás de todas estas passagens existe uma noção muito importante: a ideia de que Israel não devia correr o risco de manchar-se com alguma religião pagã inferior. Quer dizer que os judeus tinham compreendido o fato de que era preciso proteger a qualquer preço a pureza da religião. Mas, nesse momento desejavam conservar esta pureza destruindo os infiéis. Quando veio Jesus, os homens compreenderam que a forma de conservar essa pureza era mediante a conversão dos pagãos, guiando-os para Deus. O povo do AT compreendeu uma grande verdade, mas só entendeu uma parte, uma faceta desta verdade. Assim deve ser a revelação; Deus só pode revelar aquilo que o homem pode entender.
            E segunda consequência, é uma prova de que a revelação de Deus não tem fim. Um dos enganos que estamos acostumados a cometer é identificar a revelação de Deus unicamente com a Bíblia. Isso significaria dizer que a partir do ano 120 depois de Cristo, que foi quando se escreveu o ultimo livro do NT, Deus cessou de falar, que depois disto não houve mais revelação. O Espírito de Deus está sempre ativo, Deus sempre se revela a si mesmo. É certo que a verdade suprema e insuperável de Deus chegou em Jesus Cristo mas Jesus não é uma imagem de um livro, é uma pessoa viva  e nEle continua a revelação de Deus. Deus continua nos guiando para que compreendamos cada vez mais o que significa Jesus. Deus não é um Deus que nos falou até o ano 120 e que agora permanece em silencio. Ele continua revelando sua vontade aos homens.
            Veremos isso com toda a clareza se pensarmos no segundo principio da revelação que contem esta passagem.
2. A revelação de Deus aos homens é uma revelação aos homens é uma revelação de TODA a verdade e da verdade TOTAL.
É muito incorreto pensar que a revelação de Deus se limita ao que poderíamos denominar a verdade teológica. Os teólogos e os pregadores não são as únicas pessoas inspiradas. Quando um poeta entrega aos homens uma grande mensagem empregando palavras que superam o passo do tempo, esse homem está inspirado.
            Quando um cientista descobre algo que salvará as vidas dos homens e reduzirá seus sofrimentos, quando alguém descobre um novo tratamento, uma nova droga, que levara vida e esperança à humanidade que sofre, trata-se de uma revelação de Deus. De fato, acontece de maneira visível. Pode acontecer que alguém pensa, busca até o cansaço e experimenta outra vez. Chega a um ponto morto. O pensamento humano não pode mais avançar. Chegou a uma porta fechada. E nesse momento a solução do problema ilumina sua mente. Não o pensou, foi dado. Quando o seu pensamento chegou ao seu limite, Deus entrou em sua mente. Seria ridículo pensar na revelação de Deus exclusivamente em termos teológicos. Toda a verdade é a verdade de Deus e a revelação de toda a verdade é obra do Espírito Santo.
            E isto nos leva ao terceiro principio da revelação.
 3. Tudo o que é revelado provém de Deus.
            Deus é tanto quem possui como quem dá toda a verdade. A verdade não é um descobrimento dos homens, é um dom de Deus. É a verdade de Deus que o Espírito Santo nos entrega. A verdade não é algo que criamos mediante processos do pensamento; é algo que já está ali esperando para ser descoberta, algo do qual nos apropriamos, mas não criamos. Por trás de toda a verdade está Deus.
            E vamos então para o ultimo principio da revelação.
4. A revelação significa tomar as coisas de Jesus e revelar seu significado para nós.
            A grandeza de Jesus vem da sua inesgotabilidade. Ninguém compreendeu jamais tudo o que Jesus quis dizer. Ninguém pôde desentranhar todo o sentido dos seus ensinos. Ninguém sabe o que significam para a vida e para fé, para o individuo e para o mundo inteiro, para a sociedade e para o país. A revelação é um continuo abrir do significado e o sentido de Jesus Cristo.
CONCLUSÃO:
            Essa é a essência da questão. A revelação não nos chega de nenhum livro, credo ou palavras impressas. Chega-nos mediante uma pessoa viva. Quanto mais perto de Jesus vivamos, mais o conheceremos. Quanto mais nos pareçamos com Ele, mais será o que nos possa dizer. Para desfrutar de sua revelação devemos aceitar a sua autoridade. A submissão a Cristo e o conhecimento de Cristo andam de mãos dadas. Deus só pode revelar sua verdade ao homem que lhe pertence, apesar de que às vezes, alguém é um recipiente escolhido por Deus sem sabê-lo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013


AVISOS DA NATUREZA!
Uma menina corre desesperada pela praia e, em voz alta, tenta avisar que uma catástrofe esta prestes a acontecer. Ela havia aprendido em sua escola que quando o mar recuava inesperada e velozmente era um sinal de tsunami. Muitos não entenderam seus avisos, pois falavam em outra língua, outros não acreditaram em uma criança, outros não imaginavam que um mar tão belo e calmo poderia se transformar em um terrível destruidor. Alguns minutos foram suficientes para transformar aquela praia maravilhosa em um amontoado de destroços. Dezenas de milhares de pessoas morreram porque simplesmente não quiseram ver os avisos da natureza, não deram ouvidos a uma criança ou não estavam preparados para reconhecê-los.
E VOCÊ CONHECE OS SINAIS? Jesus deixou-nos ensinamentos a respeito dos sinais que anunciaram a sua volta, basta ler Mateus 24. As palavras de Jesus estão se cumprindo, já vimos guerras, doenças, falsos messias e já ouvimos falar de paz. (versos 3-11). Todos estes sinais já estão aí.
Jesus também afirmou: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.” (verso 12). De fato, a cada dia o pecado se multiplica e o amor diminui. A corrupção e o crime parecem não ter fim e cenas de imoralidade e violência entram em nossos lares sem serem convidados. Imperceptivelmente está havendo uma troca de valores morais. O desrespeito aos pais, o abuso dos filhos, as indisciplinas dos alunos, a extinção do educador, a simulação da religião, são cenas comuns no nosso dia-a-dia.
Jesus descreveu assim o sinal definitivo para a sua volta: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim.” (verso 14). Falta pouco. Os meios de comunicação estão levando as palavras de nosso Senhor Jesus a todo o mundo em uma velocidade inimaginável. As ultimas barreiras culturais e políticas estão caindo, em breve todo o planeta saberá de Jesus, que como um gigantesco tsunami, esta dando seus aviso antes de chegar.
PREPARE-SE! – Querido(a) amigo(a), Jesus nos deixou os seus sinais e estes já estão se cumprindo. A grande “onda” esta vindo. Já é possível ouvir os sons que proclamam a sua chegada.
Em Apocalipse 22: 12 lemos: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” E também em Apocalipse 1: 7 diz: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho O verá.”
isto é muito serio  e tem a ver com a sua salvação, com a salvação dos seus filhos, com a salvação dos seus queridos. Você pode escolher você é livre para decidir o que fazer. Mas saiba de uma coisa, acreditando ou não, aceitando ou não.... JESUS ESTÁ VOLTANDO.

quinta-feira, 28 de março de 2013

APRENDENDO COM O SOFRIMENTO DE JESUS.


Aprendendo com o sofrimento de Jesus.
Texto: Hb 5: 7-10.
            Depois do autor de Hebreus citar as qualidades do Sumo Sacerdote, agora ele passa a demonstrar como cumpre Jesus Cristo as grandes condições do sacerdócio.
            Em primeiro lugar, considera que Jesus não escolheu sua missão. Deus o escolheu para ela. A vocação acontece antes da encarnação, contudo entra em vigor na paixão e morte, obtendo sua confirmação na ressurreição e ascensão. Por ocasião de sua encarnação. Jesus submete-se inteiramente às ordens de Deus conforme lemos em Jo 5: 19: Então Jesus disse a eles: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o Filho não pode fazer nada por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o filho faz também. No batismo, Jesus ouviu a voz que lhe dizia: “Você é meu filho; hoje eu me tornei seu pai”. (Sl 2: 7b).
            Em segundo lugar, Jesus atravessou pelas experiências mais amargas dos homens e entende a humanidade em toda a sua fortaleza ou fraqueza. Assim como o sumo sacerdote do AT, assim também Cristo, enquanto Sumo Sacerdote do novo povo de Deus, ofereceu sacrifícios. Todo o tempo de sua vida, toda a trajetória terrena de Jesus foi um sofrimento, uma caminhada ao sacrifício. Neste texto, porem, tem-se em mente especialmente o acontecimento do Getsêmani, a luta de oração de Jesus e a sua morte na cruz do gólgota. Jesus ofereceu orações e suplicas. O autor de Hebreus tem quatro grandes pensamentos sobre Jesus.
            a) LEMBRA JESUS NO GETSÊMANI: Pensa nisso quando fala de suas preces e súplicas, de suas lágrimas e seu clamor. Na sua oração Jesus sacrificou sua própria vontade. Ele sabia: Deus era o único em cuja mão estava a sua vida e que teria podido mudar a sua via de paixão. Porem ele ora: Meu Pai, se este cálice de sofrimento não pode ser afastado de mim sem que eu o beba, então que seja feita a sua vontade. (Mt 26: 42b). A palavra usada para clamor tem muito significado. O termo grego krauge designa esse clamor que o homem não tenta expressar, mas sim arranca quase involuntariamente de seu ser pela angustia e agonia de alguma tremenda tensão ou dor dilacerante. De modo que, o autor de Hebreus diz que não existe agonia do espírito humano pela qual Jesus não tenha passado. Os rabinos tinham dito: Há três tipos de suplica uma mais elevada que a precedente: oração, clamor e lagrimas. A oração faz-se em silencio; o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo. Jesus conheceu até a oração desesperada das lagrimas.
            b) JESUS APRENDEU DE TODAS AS EXPERIÊNCIAS HUMANAS pelas que aconteceu as enfrentou a todas com reverencia.  O autor de Hebreus descreve a trajetória de sofrimento do Senhor com palavras que destacam a verdadeira natureza humana de Jesus. ele realmente foi tentado de todas as maneiras como nós (Hb 4: 15). Contudo, acima do caminho mais difícil que Jesus teve de andar, o caminho pelo Getsêmani até a cruz, paira um brilho da glória divina.
            Deus fala com o homem nas múltiplas experiências da vida e não menos nas que põem à prova o intimo do coração e da alma. Mas só podemos escutar esta voz de Deus quando com reverencia aceitamos o que nos ocorre. Se o aceitarmos com ressentimento, então os gritos rebeldes de nosso próprio coração nos fazem surdos à voz de Deus.
            c) ATRAVÉS DAS EXPERIÊNCIAS QUE PASSOU. O filho de Deus teve de aprender a obedecer. Essa obediência levou-o à paixão – até a morte de cruz. O próprio Jesus entendeu seu itinerário na terra como obediência perfeita. Em Jo 5: 30 Jesus afirma: Eu não posso fazer nada por minha própria conta, mas julgo de acordo com o que meu Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. O que diz o autor de Hebreus é que as experiências e sofrimentos pelos quais Jesus passou o capacitaram perfeitamente para chegar a ser o salvador e redentor dos homens. Foi capaz de salvar os homens porque passou por todos os vales tenebrosos da vida pelos quais deve passar o espírito humano. Com esta afirmação, visa também, alertar os fiéis de que também a igreja pode ser aprovada pela obediência unicamente através do sofrimento, sendo assim aperfeiçoada. Obediência pratica significa, nessa situação, não recuar nem mesmo no sofrimento, porem perseverar no testemunho a Jesus.
            d) A SALVAÇÃO QUE JESUS BRINDA É UMA SALVAÇÃO ETERNA. Somente pela via da paixão e da morte Jesus pôde conquistar a nossa salvação. Após sua consumação, é, mediante sua ressurreição e ascensão, Ele tornou-se o autor da salvação eterna. É algo que salva o homem no tempo e na eternidade; algo que assegura ao homem na vida presente e em toda á vida possível. Com Cristo o homem está salvo para sempre. Não há circunstancias concebível ou inconcebível que possa arrancar o homem da mão de Cristo. A palavra profética do AT cumpriu-se: Jesus é Grande Sacerdote, na ordem do sacerdócio de Melquisedeque.
            CONCLUSÃO: Jesus ofertou orações, suplicas e lágrimas, ele sacrificou a sua vontade a Deus, sacrificou a sua própria vida. Jesus tornou-se pelo sacrifício da sua vida o Sumo Sacerdote perfeito. O sacrifício único de Jesus vale para todos os tempos, Ele atravessou os céus de uma vez por todas, para comparecer agora eternamente a face de Deus em nosso favor.
            No caminho da obediência, que conduziu por sofrimentos, Jesus tornou-se o Sumo Sacerdote perfeito e ao mesmo tempo causa da salvação eterna. Assim como Jesus foi obediente ao Pai e entrou na glória, assim também o caminho dos fiéis leva a glória unicamente pela obediência e pelo sofrimento. As linhas divinas da salvação da antiga aliança valem igualmente para a igreja da nova aliança. Ao mesmo tempo, porém, o serviço e a glória dos mensageiros de Deus do AT foram cumpridos e superados por intermédio de Jesus Cristo. A imensurável magnitude da dádiva de Deus em Jesus Cristo reluz diante do fundo histórico do povo de Israel do AT e de seu sumo sacerdócio. Jesus Cristo é a grande dádiva de Deus. É dele que jorra para nós a força de que precisamos para perseverar na trajetória do discipulado, ainda sob graves dificuldades internas e externas.