quinta-feira, 23 de maio de 2013

JESUS E SEU BATISMO.


Texto: Mt 3: 13-17.
Ajuda-me, Senhor, a atentar para a tua vontade em todas as coisas e a me consagrar a ti; efetua Tu mesmo o querer e o realizar, e faze com que meu coração te seja totalmente santificado. Aceita o meu corpo e o meu espírito como sacrifício. Teu, Senhor, é tudo que tenho e sou. Amém.
            Desde que os homens começaram a refletir sobre a história dos evangelhos, sempre encontraram dificuldade em compreender o batismo de Jesus. No batismo de João havia um chamado ao arrependimento e o oferecimento de um caminho para o perdão dos pecados. Mas, se Jesus é quem nós cremos que é não precisava arrepender-se, nem necessitava que Deus o perdoasse. O batismo de João era para pecadores conscientes de seus pecados, e, portanto, não parecia aplicável a Jesus em nenhum ponto de vista.
            O batismo de João atraiu, como tantos israelitas, como também Jesus vem para ser batizado. Mas o mesmo João que nos demais casos tinham a convicção de que todos sem exceção precisavam passar pela confissão de pecados, pela conversão e pelo batismo se quisessem participar do reino dos céus, agora diz a Jesus: eu é que preciso ser batizado por você, e você está querendo que eu o batize? Portanto, segundo a opinião de João, Jesus não tem a necessidade do perdão dos pecados, não precisa primeiramente tornar-se justo, ele já era justo, a saber, justo a partir de si mesmo.
            A pergunta aqui é: Por que Jesus deixou-se batizar? Todos nós sabemos da importância do batismo de João. Ele significava juízo sobre a pessoa culpada. Jesus tinha necessidade de um juízo? Não, por causa de si próprio Ele não precisava deixar-se batizar. Jesus submeteu-se ao batismo não somente exteriormente, como a uma cerimônia, ou para nos dar exemplo, a saber, de que também nós, precisamos deixar-nos batizar. Jesus sabia que precisava realizar e construir o que este batismo representa. Jesus esta consciente de que Ele é o Cordeiro de Deus que leva embora o pecado do mundo. Por isso Ele responde a João: pois é desta maneira que faremos tudo o que Deus quer.
            Por isso Ele desce à mesma água com os pecadores. Iguala-se a todos nós pecadores.
            O batismo de João significa condenação! Jesus quer suportá-la por todos nós.
            O batismo de João significa um grito de misericórdia!
– Jesus quer abrir o acesso do trono da graça. Com nitidez, vislumbra no vim de seu caminho a cruz. No seu batismo Ele assume decididamente essa cruz. – Por isso, o batismo de João veio a ser, no seu auge, uma clara profecia da morte de Jesus.
            Três sinais miraculosos formam a resposta divina ao batismo de Jesus;
1.    Os céus se abrem;
2.    O Espírito Santo desce;
3.    A voz de Deus fala.
O céu se abriu: agora os céus estão novamente rasgados, ou abertos. Abrem-se as regiões que até então estavam trancadas aos seres humanos. Em Jesus, ficou livre o caminho do coração paterno de Deus! A terra recebeu de novo o céu. E novamente é possível ser nascido do céu!
O Espírito Santo desce: Pergunta: O que significa a transmissão do Espírito para o próprio Senhor Jesus? – De forma alguma constitui em uma contradição, como alguns pensam que o Espírito Santo desce no momento do batismo e que o Senhor Jesus nasceu maravilhosamente lá em Belém pela força do Espírito Santo. É certo de que Jesus não viveu 30 anos sobre a terra sem o Espírito Santo. Contudo agora, no inicio da vida publica de Jesus, o Espírito Santo, que durante 30 anos foi o elo de comunhão entre o Pai e seu Filho encarnado, entra em um novo tipo de relacionamento. O Pai o ungiu como Rei mediante o Espírito Santo e simultaneamente como profeta, poderoso em atos e palavras perante Deus e todo o povo. Em consequência, no caso de Jesus o Espírito Santo jamais pode ser o Espírito do novo nascimento. Pois Jesus não precisava de um novo nascimento, com nós precisamos, Ele já era santo desde o seu nascimento conforme Lc 1: 35 que diz: O Espírito Santo de Deus virá sobre você, e o poder do Deus Altíssimo a envolverá com a sua sombra. Por isso o menino será chamado de SANTO e Filho de Deus. Aqui o Espírito Santo é compreendido como instrumentalização publica para a atividade que Jesus de agora em diante irá exercer. Agora iniciam os feitos milagrosos e as curas de enfermos.
      E o terceiro sinal milagroso acontecido do céu foi a voz Divina. Através do meio mais direto, mais pessoal e mais intimo de expressar a comunhão, a saber, pela palavra, Deus revela ao seu Filho o relacionamento, singular por excelência, que existe entre ambos. Soa a voz de Deus, abrindo-lhe o que Ele é para Deus, a saber, o amado, amado como um Filho único só pode ser amado pelo pai, e revelando o que o Filho por isso é par o mundo, a saber, o instrumento do amor de Deus pelas pessoas. O envio do Filho tem a finalidade de elevá-las à extraordinária dignidade de filhos de Deus.
      E para concluir, que contraste entre o inicio e o fim deste capítulo! Lá no inicio, as mais duras palavras de condenação de João Batista, aqui no final o Cordeiro de Deus, que tomou sobre si todo o juízo ao deixar-se batizar no lugar dos pecadores. Lá no inicio a lei – aqui o evangelho, a boa nova; lá o juízo, aqui a graça.