terça-feira, 27 de novembro de 2012

UMA VISÃO DA MISSÃO NO LIVRO DE AGEU.



             O capitulo 1 do livro de Ageu, começa com uma severa exortação de Deus a seu povo.
 Judá havia retornado do cativeiro e com muito esforço e animo começou a reconstruir o templo. Lamentavelmente este zelo acabou logo; o interesse dos que regressaram estava somente em reconstruir suas próprias casas.
 Nos versos 2-4, existe uma admoestação severa: Deus repreende-os pelo seu adiamento, sua indiferença no trabalho para com Ele. Qual foi a causa disso? O egoísmo. Pensavam apenas em seus bens, porém a casa e a honra de Deus era-lhes indiferente.
 E nós? Quantas vezes nos esquecemos do nosso chamado pelos nossos próprios interesses? Quantas vezes deixamos de fazer a obra de Deus pelo egoísmo existente em nosso coração? E quando fazemos a obra, muitas vezes a fazemos para a nossa própria honra e glória e nunca pela honra e gloria de Deus.
Nos versos 5 e 6, Deus mostra-lhes as conseqüências: Ele lhes diz: reflitam e pensem: vocês tiveram benefícios? Deus pode abençoá-los? Vocês não fracassaram em tudo? Perguntem pela causa. Vocês fizeram tanto para Deus quanto fizeram para si mesmos?
Olhando para nossa própria vida, a pergunta é: como tem sido nosso comportamento diante daquilo que Deus quer de nós? Nossas atitudes tem nos trazido algum beneficio? O que temos feito para Deus e na mesma proporção que fazemos a nós mesmos? É hora de começar a pensar mais nas coisas de Deus do que em nós mesmo.
Apartir do verso 8, a ordem de Deus é muito clara, Ele manda agir. Precisamos pensar, onde vamos chegar se continuarmos fazendo as mesmas coisas que estamos fazendo até agora. Se quisermos obter o agrado de Deus e novas bênçãos, precisamos colocar Deus em primeiro lugar em nossas vidas, começar o trabalho imediatamente.
Judá não colocou Deus em primeiro lugar. Em Mt 6: 33 nos adverte a buscar, em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisa nos serão acrescentadas. Foi por esta razão que Judá, não recebeu as bênçãos. A mensagem para missão neste capitulo de Ageu, e seu apelo é: quem não coloca Deus e sua causa em primeiro lugar sofre muitos danos.
Porem muitas vezes nossas vontade de colocar Deus em primeiro lugar deixamos de ser uma ajuda e nos tornamos um obstáculo para a obra de Deus. E é sobre isso que o capitulo 2 de Ageu nos fala.
Enquanto os Anciãos faziam comparações entre as riquezas e o resplendor do primeiro templo, considerando assim todo o valor judaico, se perguntando de onde viriam recursos financeiros para reconstruírem o templo com a dimensão de riqueza como era o primeiro que havia tido os recursos do Rei Salomão, Deus apenas pedia que seu povo apenas fosse obediente, e é justamente nesta desobediência, nestas comparações e duvidas que acontece a exclusão, creio que estas pessoas, estes anciãos perderam sua salvação.
Apartir do versículo 6, do capitulo 2, temos uma citação escatológica e ao mesmo tempo uma promessa de inclusão. Como é comum nos profetas, o futuro próximo e distante estão focalizados juntos e ao mesmo tempo. Aqui, as referencias à gloria do segundo templo estão justaposta com um quadro de julgamento universal e final do cosmos. Enquanto este abalo pode ser prefigurado pelos eventos políticos que ocorreram um pouco depois do tempo de Ageu (ex., a derrota dos persas pelos gregos), o abalo final da ordem criada ainda está por vir (Hb 12: 26-28).
Ageu ao escrever “coisas preciosas de todas as nações” pode estar se referindo a uma pessoa, o Messias, porém o contexto imediato nos favorece a uma referencia a coisas desejadas por todas as nações, ou seja, coisas preciosas para eles. O versículo 8 reporta-se a tais coisas preciosas, e o decreto do rei Dario, em cujo reinado Ageu exerceu seu ministério, refere-se a coisas preciosas oferecidas para o projeto de construção do templo (Ed 6: 3-5; 8-9). Aqui, Ageu está provavelmente ecoando a promessa de Isaías a respeito de um Israel enriquecido pala fartura das nações (Is 60: 5). Em outras palavras, ele fala da era messiânica.
A intenção de Deus é honrar a si mesmo pela manifestação de sua presença gloriosa perante “todas as nações”. Quando a presença de Deus enche o templo, as nações vêm para a luz. Sendo o possuidor soberano de todas as coisas, Deus realizará a sua própria glorificação bem como fará com que seu povo receba a riqueza das nações.
Esta promessa de uma gloria maior cumpre-se em Cristo, a maior manifestação da presença e gloria de Deus. Cristo concede a sua gloria à sua igreja, o novo templo de Deus. Esta paz significa mais do que a ausência de conflito. Ela implica em prosperidade e numa sensação de total bem-estar. Cristo concede a paz aos crentes hoje, mas o cumprimento definitivo e total ainda aguarda o tempo quando o Senhor Deus Todo-Poderoso e o cordeiro forem o templo da Nova Jerusalém (Ap 21. 22).
A pergunta é: somos uma ajuda ou um obstáculo? Vamos falar dos homens que impediram a obra.
Primeiro eram os inimigos de Israel, em Ed 4: 4, 23-24, lemos que as pessoas da terra desanimavam o povo de Judá, inquietando-os no edificar e também homens armados forçaram a paralisação da construção do templo. Quem são os nossos inimigos que nos desanimam e nos fazem parar e muitas vezes até voltar para nossa vida antiga?
Segundo, os desanimados eram do próprio povo de Israel, e o desanimo veio pelo pouco progresso. Também pelo egoísmo, que havia em seus corações, fez com que edificassem primeiro as suas próprias casas. E como não poderia deixar de ser, a desculpa era: Não veio ainda o tempo em que a casa do Senhor deve ser edificada. (Ag 1: 20).
Aqui cabem algumas perguntas pertinentes: qual é o desanimo que nos impede de nos entregarmos definitivamente a Deus e sua obra de salvação? Qual é o nosso principal egoísmo que nos faz pensar primeiro em nós mesmo, para depois, se sobrar um tempinho eu penso em Deus? Qual é minha principal desculpa para não dizer o “SIM” para o Sr Jesus e recebê-lo como meu único e suficiente salvador?
Ageu animou-os com a palavra de Deus e mostrou, ao mesmo tempo, que Deus reteve sua benção, porque negligenciaram a sua obra, Deus disse através de Ageu: Considerai o vosso passado. (Ag 1: 7).
Eu quero citar duas motivações ditas pelo próprio Deus em vários momentos da Bíblia:
- “Eu estou convosco”. (Ex 3: 12; Js 1: 5-7; Jz 6: 14,16; Mt 28: 20).
- “Sede fortes”. (vs. 4-5; Ef 6: 10; 1Co 16: 13; 1Jo 2: 14).
A esperança dos fieis esta sempre no Senhor. Ageu transmitiu sete promessas ao povo, e que estas promessas sirvam para todos nós que estamos dispostos a entregar toda a nossa vida e tudo o que somos nas mãos de Deus. As promessas são:
1 – Eu sou convosco. (v. 4).
2 – Meu Espírito habita no meio de vós. (v. 5).
3 – Abalarei o céu e a terra. (vs. 6-7).
4 – Todas as nações virão a Israel. (v. 7).
5 – Deus promete riquezas. (v. 8).
6 – A sua gloria enchera o templo. (v.7).
7 – Deus lhes dará sua paz. (v.9).
Este chamado e estas promessas são para todos os que aceitarem Jesus como o mestre de suas vidas, que O aceitarem como único e suficiente salvador de suas vidas.

  

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

BECO SEM SAÍDA.


Texto: Êxodo 14: 1-14.
         Presos entre o mar e as montanhas, com água pela frente e o exercito do Faraó vindo ao encalço deles, estavam literalmente num beco sem saída, os israelitas enfrentaram seu primeiro grande teste de fé. E entraram em pânico, clamando a Deus e acusando Moisés de traição. Neste texto aprendemos lições praticas que nos ensinam como podemos tirar proveito das situações quando estamos num beco sem saída.
1. “Beco sem saída” é o lugar que às vezes Deus nos leva – (v. 1-4a):
Mediante a uma ordem especifica (v.1-2) – Deus ordena Moisés a que diga ao povo que mudem de rumo. Quantas vezes nós recebemos esta mesma ordem: “Mude o rumo”, isso pode ser mudar de emprego, de cidade ou deixar nossos projetos atuais e pensar em novos projetos. Mudar o rumo significa deixar de fazer o que estamos fazendo e começar algo novo, diferente, desafiador e muitas vezes fazer aquilo que nos desagrada, que não nos sentimos capazes de fazer.
Para seus próprios propósitos (v. 3-4a): Deus diz que endurecerá o coração de Faraó para que o povo egípcio saiba que Ele é o Senhor. A minha pergunta é: e nós, sabemos que Ele é o Senhor? Muitas vezes não compreendemos plenamente quais são os propósitos de Deus para nossa vida. Nos debatemos buscando os nossos próprios sonhos e projetos. Um dos propósitos de Deus em nos levar a um beco sem saída é exatamente esse, para podermos descobrir quais são os Seus propósitos para nossa vida.
2. “Beco sem saída” é o lugar que Deus nos prova – v. 4b-9:
No caminho da obediência – (v.4b): Mesmo sem entender nada o povo israelita obedeceu. O nosso grande problema é obedecer. Sempre queremos explicações, procuramos entender os mínimos detalhes, enfim, antes de obedecer queremos saber o que ganhamos em troca desta obediência.
Permitindo que nos sobrevenham circunstâncias difíceis (v. 5-9) – sempre que nos encontramos numa situação difícil, tentamos de alguma forma encontrar culpados por isso. No caso dos israelitas, o culpado era Moisés. Em nosso caso, sempre são os outros que erraram e proporcionaram esta situação, não conseguimos olhar a nossa volta sem procurar culpados. Mas também é o lugar perfeito para provar realmente nossa fé. Nos dá a oportunidade de realmente saber onde esta a nossa dependência, onde depositamos verdadeiramente nossa confiança, se é em Deus ou em nós mesmo.
3. “Beco sem saída” é o lugar em que às vezes falhamos com o Senhor – (v. 10-12):
Por nossa falta de fé – (v. 10) – quando estamos num beco sem saída nem percebemos que a primeira coisa que se enfraquece é a nossa fé. Perguntamos por que Deus permite tamanho sofrimento em nossa vida. Gastamos nossas energias focando muito mais no problema do que na solução. Sim eu sei que na pratica é mais difícil olhar pra solução. Por isso quando tudo parece perdido, pare e descanse em Deus, este é o primeiro passo para o aprendizado, descansar em Deus.
Quero fazer um parêntese neste ponto e lembrar outro texto onde um profeta teve uma atitude semelhante com algumas atitudes que tomamos por falta de fé, com um detalhe, ele foi chamado por Deus para ser seu profeta entre o povo rebelde. Estou falando de Elias. Em 1 Rs 19: 8-17 – quando Elias estava sendo perseguido por Jezabel e seus profetas de Baal, ele temeu muito e entrou em uma caverna. O medo faz isso conosco! Faz com que entremos na nossa caverna interior e fiquemos ali, inativos, desanimados, frustrados, pensando que tudo o que fizemos não valeu a pena, e começamos a permitir que um espírito de covardia e morte assole a nossa alma. A voz de Deus para Elias foi: “Sai e Põe-te neste monte perante o Senhor”. Deus não queria que Elias anulasse o seu chamado pelo medo. É Deus quem nos faz seguir adiante, em detrimento de nossas dificuldades. Paulo em Rm 8: 31b diz: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Elias quando saiu da caverna, ele ouviu um grade e forte vento, depois um terremoto e ainda fogo, mas Deus não estava em nada disso. Ele estava em uma voz suave e delicada. É assim que o Espírito do Senhor age em nossos corações: com voz suave, delicada com paz no nosso coração. Nossas aflições e angustias, no nosso desespero o nosso “barulho” não manifestam a presença de Deus. O salmista, no Salmo 23 nos adverte a ir para águas tranquilas. Não se esconda! Não tema! Somente o Senhor refrigera a nossa alma. Aquiete o seu coração e descanse com Deus.
Por nossas reclamações(v. 11-12): as queixas rebeldes de Israel, contra a liderança de Deus são um tema continuo em todo o livro de Êxodo. E podemos dizer que e nossa vida também é mais ou menos assim, às vezes mais pra mais e outras vezes mais pra menos. Mas na maioria das vezes estamos em uma briga danada com Deus, como se Ele pudesse submeter sua vontade à nossa. Parece que nunca estamos satisfeito com nada. Se temos queríamos mais, se não temos reclamamos por não ter.
4. “Beco sem saída” é o lugar em que Deus nos ajuda – (v. 13-14):
No momento certo - (v. 13): no ponto crucial do livramento de Israel, eles tinham que a ver que a salvação deles era inteiramente de Deus. Ao levar Israel até esse impasse desesperador, encurralados entre carros de combate de Faraó e o mar, Deus preparou o cenário para exibição crucial de seu poder salvador. Quando nos encontrarmos em um beco sem saída, precisamos apenas ficar quietos, Deus agirá no momento certo, nem antes e nem depois, tudo esta preparado. O Salmo 46: 10b nos diz: Aquietai-vos que eu sou Deus.
Tomando o controle – (v. 14): quando chegar a hora Deus lutará por nós, quando deixamos Deus agir, confiando em seu poder e em sua graça salvadora, então podemos nos aquietar verdadeiramente e ter certeza de que Ele o nosso Deus, que cuida que perdoa e que salva.
Eu creio neste maravilhoso Deus que nos coloca num beco sem saída, para nos ensinar e também nos fortalecer na fé, no nosso crescimento espiritual e na certeza da nossa total dependência nEle, e no Seu amado Filho Jesus.
Que Deus nos abençoe e nos capacite a sermos fortes quando nos depararmos num beco sem saída.

Pregação feita no culto do dia 21 de novembro de 2012, ás 19:30h, na Paróquia Apóstolo Pedro - IECLB, em Jaraguá do Sul  - SC

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A ESTRAVAGÂNCIA DO AMOR.


Texto: João 12: 1-3 – Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. Ali prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com Ele. Então Maria pegou um frasco de nardo puro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.
            O fim de Jesus estava muito próximo. O fato de ter ido a Jerusalém no momento da Páscoa era um ato de coragem suprema porque as autoridades judaicas já o tinham condenado, conforme João 11: 57. As multidões que chegavam a Jerusalém para a festa eram tão numerosas que não havia forma de conseguirem alojamento dentro da própria cidade. Betânia era um dos lugares fora dos limites da cidade que a lei estabeleceu como sitio apropriado para alojar os peregrinos.
            Quando Jesus chegou a Betânia ofereceram uma festa e uma refeição. Apesar de João não deixar claro no texto, mas esta festa deve ter se passado na casa de Marta, Lázaro e Maria. Porque em que outra parte Marta, poderia servir senão em sua própria casa?
            E aqui nos encontramos com uma serie de pequenas descrições de personagens que muito nos ensinam.
            A primeira descrição que temos é a personalidade de Marta. O texto nos diz que Marta servia a mesa. E aqui eu me deparo com uma frase subtendida que fala muito alto e que diz: “FORA COM A PREGUIÇA”! Cristo prometeu que se alguém o servisse, o Pai lhe honraria. Marta sempre foi uma mulher coerente, amava a Jesus; tinha seus pés sobre a terra; e a única forma de Marta demonstrar o seu amor, era mediante o trabalho feito com as suas próprias mãos. Marta dava tudo o que podia dar. Hoje vemos que, mais de um homem que se destaca no mundo, só chegou a ser o que foi, porque alguém se ocupava dele e de suas necessidades vitais com amor no lar. Pode-se servir a Jesus tanto na cozinha como no estrado publico, ou até mesmo através de uma carreira que se exerce sob o olhar de todos os homens.
            A segunda descrição que temos é a personalidade de Lázaro. Ele estava sentado à mesa com o mestre Jesus. Que privilegio! Outros tiveram experiência similar. Davi disse no Salmo 23: 5ª: “Preparas um banquete para mim...”. Lázaro sentado, quieto, aproveitado a presença de Jesus em toda a sua essência. Quem já teve este privilegio de se assentar junto aos pés de Jesus sabe exatamente o que isto representa. Que cada um de nós possa experimentar este momento de assentar-se à mesa com Jesus. Em Cantares (ou Cântico dos Cânticos) 1: 7, a noiva anseia e suplica ao amado: “conte-me, você, a quem amo, onde faz pastar o seu rebanho?”. Eu aprendo com Lázaro, que precisamos sempre reservar um tempo para também nos assentar com Jesus, para que Ele nos alimente com a sua palavra a nossa alma.
            E a terceira descrição que temos é a personalidade de Maria! Quanto temos que aprender com ela! Maria é aquela que acima de todas as coisas, amava Jesus. E nesta ação de Maria, vemos a extravagância do amor!
            Maria tomou o objeto mais prezado e caro que possuía e gastou todo em Jesus. O amor jamais será autentico se agente começar a calcular os custos com cuidado. O amor verdadeiro, da tudo e a única coisa que lamenta é que não tenha mais nada para dar.
            Quero contar uma pequena estória para ilustrar o amor genuíno e extravagante.
            Um jovem casal, que era muito pobre, mas estavam profundamente apaixonados. Vou chamá-los de João e Maria. Cada um deles tinha só uma coisa que lhes pertencia de maneira especial. O cabelo de Maria era o seu orgulho. Quando ela os soltava, era quase como um manto que lhe cobria os ombros e as costas. Não havia ninguém que não admirasse aqueles cabelos bem cuidados. E João possuía um relógio de ouro que tinha herdado do pai, e que também era o seu orgulho. Era véspera de natal, e Maria tinha apenas R$ 10,80 em sua bolsa para comprar o presente de seu amado João. Ela então fez a única coisa que estava em seu poder fazer: saiu pelas ruas da cidade e vendeu o seu cabelo por R$ 300,00. Com o dinheiro comprou uma cadeia de platina para guardar o precioso relógio de ouro de João. Quando João voltou para casa à noite e viu o cabelo curto de Maria, se deteve petrificado. Não se tratava de que não gostasse, ou tivesse deixado de amar Maria por isso. Ela esta até mais formosa do nunca. Lentamente João lhe entregou o seu presente. Era um par de pentes para prender cabelos, muito caros, com pedras incrustadas nas bordas, tinha comprado para que luzissem em sua cabeleira. Ele tinha vendido seu bonito relógio de ouro para adquiri-los. Cada um entregou para o outro tudo o que possuíam de mais valioso. O amor autentico e verdadeiro não pode conceber outra forma de dar.
            Assim fez Maria. Ela adorou o senhor Jesus, ela derramou tudo – seu coração, sua alma, riquezas e seu orgulho – deixou tudo aos pés do Senhor Jesus.
CONCLUSÃO.
            Marta nos ensina que não importa o façamos, desde que seja feito com muito amor e dedicação, pois só assim demonstramos todo o nosso louvor, honra e gloria ao nosso Salvador.
            Lázaro nos ensina que devemos dedicar um tempo muito especial para que Jesus possa nos ensinar e nos alimentar, e este tempo, é aquele tempo que dedicamos a oração e a leitura da Palavra.
            E Maria nos ensina que estas duas coisas acima também são formas de demonstrar o nosso amor a Jesus, mas também nos alerta que o nosso amor por Jesus pode e deve ir muito alem disso. O amor incondicional, profundo e completo é entregar a Jesus tudo, dar sempre o nosso melhor.

Pregação para o culto do dia 26/ 09/ 2012, na Paróquia Apostolo Pedro - IECLB, Jaraguá do Sul - SC. 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O QUE SIGNIFICA SER CRISTÃO?


Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago, aos chamados, amados em Deus Pai e guardados em Jesus Cristo, a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados. (Epístola de Judas: v. 1-2)
INTRODUÇÃO: O autor desta epistola é Judas, irmão mais novo de Jesus e Tiago. A data é desconhecida, mas provavelmente seja de 80 d.C. Ele já estava pensando em escrever, quando noticias alarmantes sobre falsas doutrinas o levaram a escrever em caráter de urgência esta pequena carta. Ela deixa claro o caráter judaico, pois esta repleta de referencias e alusões ao A.T. e traz ilustrações de pelo menos duas obras apócrifas judaicas: V. 9 – livro apócrifo de Assunção de Moisés que fala que o anjo Miguel foi enviado a terra para sepultar Moisés, mas o diabo alegou direito sobre o cadáver, dizendo primeiro que o corpo de Moisés era matéria, e a matéria é má, sendo assim toda a matéria é seu domínio e por fim afirma que Moisés assassinara um egípcio. E a tudo isso Miguel nada diz contra o diabo, apenas diz que “O Senhor lhe repreenda”.
E ainda nos vs. 14-15 Judas faz a citação do livro apócrifo de Enoque, que era, nos tempos de Jesus e Judas, um livro muito conhecido e lido pelos Judeus.
Posso dizer sem medo de equivoco que para a maioria dos leitores modernos, ler esta pequena carta de Judas é uma tarefa incomoda muito mais do que uma leitura proveitosa. Mesmo que você nunca tenha lido esta carta, tenho certeza que dois versículos dela você já ouviu, a conhecida e magnífica doxologia com que Judas finaliza a carta: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultações, imaculados diante da sua gloria, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, por todos os séculos. Amém”.
Mas quero começar este estudo apenas com os dois versículos iniciais.
 E uma primeira pergunta me vem a memória: Quais as maneiras em que se pode conhecer um homem?
Poucas coisas são mais ilustrativas que os títulos pelos quais um homem deseja ser conhecido: Apóstolo, Bispo, Reverendo, Pastor. Judas chama-se a si mesmo de “servo de Jesus Cristo” e “irmão de Tiago”. Imediatamente isso diz duas coisas a respeito de Judas:
1) Judas era um homem muito feliz com seu segundo lugar. Não foi nem de longe tão conhecido como Tiago; e está contente de que o conheçam como o “irmão de Tiago”.
2) A única expressão honrosa que Judas pode consentir-se foi a de chamar-se a si mesmo de “servo de Jesus Cristo”. O termo grego é doulos, que significa mais que servo; significa escravo. Jesus era o amo e Judas o escravo. Quer dizer, Judas vê um único propósito em sua vida: estar sempre à disposição de Jesus, no serviço de sua causa.
Ao olharmos um pouco para esta pequena introdução a respeito de Judas, me vem outra pergunta: O que significa ser cristão?
Nesta introdução, Judas emprega três palavras para descrever o cristão.
- Cristãos são aqueles chamados por Deus. O grego para chamar é empregado em quatro contextos diferentes:
Primeiro, a palavra é usada para convocar ao trabalho, ao dever e à responsabilidade. É a palavra que se usa para convocar um homem a participar do serviço a sua cidade, a sua comunidade, a seu país. O cristão é chamado a trabalhar, a cumprir, a ser responsável no serviço a Cristo.
Segundo, a palavra é usada para convidar a alguém a uma festa ou a um festival. Emprega-se para convidar alguém a celebrar e festejar uma ocasião feliz. O cristão é chamado a desfrutar da alegria de ser convidado de Deus.
Terceiro é a palavra com que se chama um homem a juízo. É citado perante um tribunal para que responda por si mesmo. O cristão será chamado a comparecer perante o trono de Cristo. O cristão é o homem chamado a se responsabilizar por Cristo, a desfrutar com Cristo e a comparecer no juízo de Cristo.
Também esta palavra é chamado para pertencer a algo ou a alguém. Quando Judas se intitula “Servo de Jesus Cristo”, ele está dizendo que pertence a Jesus, o Senhor que o adquiriu, arrancando-o assim do “âmbito das trevas”, do “poder de satanás”, do “príncipe deste mundo”, pagando por isso com o seu sangue e sua vida. Judas pertence a Jesus Cristo por gratidão e amor. Por isso todo o cristão que de fato segue ao chamado de Jesus não pertence mais a si mesmos, porem comprados por alto preço, tem o privilegio de enaltecer a Deus com o corpo e a vida. (1Co 6: 19ss; Rm 1: 6).
- Os cristãos são os amados de Deus. Este grande acontecimento determina a natureza do chamado, chamar um homem implica chamá-lo para amá-lo e ser amado por Ele. Deus chama os homens ao dever e ao trabalho, mas nem este dever e nem esse trabalho são um fardo, mas sim um privilégio. Deus chama os homens ao serviço, mas não é o serviço de uma tirania, mas da comunidade. Finalmente, Deus chama os homens a juízo, mas não se trata de um juízo de justiça, mas também de um juízo de amor.
- Os cristãos são aqueles guardados em Jesus Cristo. O cristão jamais fica só; Jesus Cristo é sempre sentinela de sua vida e companheiro de seu caminho. O cristão não apenas é chamado, mas também guardado.
O cristão é o homem chamado por Deus, amado em Deus e guardado em Cristo.
Na sequencia, o segundo versículo nos mostra um belo costume da época, Judas se une aos destinatários da carta através do anúncio da benção: a misericórdia, a paz e o amor vos sejam multiplicados. Aqui a dádiva da benção não é descrita mediante duas, mas três palavras, sendo que a misericórdia consta enfaticamente no inicio. Ela é a dedicação fundamental de Deus a nós, não apenas uma simpatia da parte dele, mas intenção redentora de Deus que se tornou ação na morte sacrificial de Jesus por nós. A palavra paz recuperou para nós cristãos atuais, algo de seu conteúdo original e abrangente desde que recomeçamos a nos saudar com o termo hebraico shalom como voto de benção. Para nós “paz”, devido a uma longa historia, é facilmente mera paz sentimental do coração. Shalom tem um sentido muito mais palpável e real. Diante da menção do amor poderíamos indagar se a intenção é destacar o amor de Deus por nós ou se a referencia é a nosso amor ao Senhor e entre nós. Creio que o amor sempre é indivisível! Amor a Deus não é real sem amor ao irmão; este porem, nem mesmo é possível sem amor a Deus, cf 1Jo 4: 7, 11.
Estes são alguns dos significados de ser cristão, temos outros tantos. Nesta carta Judas lança suas advertências, lembrando o destino dos israelitas que tinha chegado sãos e salvos até a fronteira de Israel, mas não puderam entrar na Terra Prometida por causa de sua incredulidade. Creio que todos nós nesta noite fomos chamados por Deus, que nossa fé não se perca diante da incredulidade e do fascínio que o mundo lá fora nos causa. Estamos às portas da Nova Jerusalém que Deus nos ajude a não fraquejar agora, nos ajude a ficarmos firmes no serviço a Jesus, sendo verdadeiros servos e responsáveis, e que quando estivermos diante do Trono de Cristo, Ele possa nos olhar e dizer: entre servo bom e fiel, a mesa esta preparada venha festejar comigo a grande vitória.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

LIÇÕES DE JOSÉ PARA NOSSA VIDA.


O conselho foi agradável a Faraó e a todos os seus oficiais. Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, por ventura, homem como este, em que há o Espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Visto que Deus te fez ver tudo isso, ninguém há tão ajuizado como tu”. (Gn 41:37-39)
A historia fantástica de José é conhecida de todos nós. Em algum momento de nossa vida lemos sobre ela, ou ouvimos uma pregação enaltecendo vários pontos da vida de José. Como seu pai Jacó o amava de maneira diferenciada dos demais filhos. E de como seus irmãos eram incomodados por esta diferenciação, e de como planejaram se livra de José.
José pode ser considerado um dos maiores sonhadores da Bíblia, e de como nunca desistiu de seus sonhos, ou melhor, como nunca deixou de acreditar que Deus realizaria todos estes sonhos em sua vida.
Nesta noite quero trazer um estudo sobre os pontos fortes e êxitos na vida de José, também em suas fraquezas e erros e finalmente extrair algumas lições para a minha vida e também para a sua vida. Nosso versículo chave é o 38 que nos diz: “Disse Faraó aos seus oficiais: Acharíamos, por ventura, homem como este, em que há o Espírito de Deus?”.
PONTOS FORTES E ÊXITOS.
- Saiu com poder da escravidão para governar o Egito: A historia de José é muito interessante; seus irmãos planejam matá-lo, mas no ultimo instante acabam vendendo-o como escravo para os ismaelitas que rumavam para o Egito. La é comprado pelo oficial de Faraó, e Deus fez de José prospero a ponto de se tornar administrador da casa de Potifar, seu senhor. Notem que José sai da miséria da escravidão para um lugar de honra. Porem, a mulher de Potifar, começa a assediá-lo de maneira intensa e persistente, mas José é fiel ao seu senhor e também a Deus. Vendo que seu assedio não é aceito, e sendo repudiada, esta mulher acusa José de tê-la assediado, com isso José é levado para a miséria novamente, agora da prisão. Mas até la Deus é com ele. E percebam, que apesar de todas as circunstancias contrarias, José até agora não murmurou uma única vez sequer. Na prisão ele tem a simpatia do carcereiro e torna-se seu ajudante. Um belo dia interpreta os sonhos do padeiro e do copeiro, sendo o primeiro morto e o copeiro é reabilitado a seu cargo. O copeiro ao sair da prisão, José pede que este não se esqueça dele e fale a seu respeito junto a Faraó, mas o copeiro esquece-se deste pedido, e José continua na prisão. Então vêm os sonhos de Faraó, onde ninguém consegue interpretá-los, só então o copeiro lembra-se de José. Vemos então, Deus mais uma vez se mostra em graça, poder e misericórdia na vida de José. Os sonhos de Faraó são interpretados e José é colocado em lugar de honra, em todo o Egito, acima dele apenas Faraó. Aqui podemos relacionar José com Jesus, pois ambos sofreram todo o tipo de injustiça sem murmurar, aceitaram os fatos e foram obedientes a Deus em todos os momentos.

- Ficou conhecido pela sua integridade pessoal: a) nunca blasfemou, nem contra os seus irmãos, nem contra Deus; b) na casa de Potifar, preferiu a prisão, a pecar contra Deus ou falar contra a esposa de seu senhor; c) e quando foi colocado como governador do Egito, não explorou o povo, ao contrario, agiu de forma honesta e inteligente para que no futuro não houvesse fome e miséria no Egito, e ainda pode alimentar outras nações, e acima de tudo foi sempre fiel a Faraó.
- Foi um homem de sensibilidade espiritual: Ao encontrar seus irmãos, faz um verdadeiro teatro, não com sentimentos de vingança ou ódio, ao contrario, procurou saber se eles haviam se arrependido de suas maldades, e depois procurou ajudá-los de todas as formas, trazendo-os para perto dele.
O grande exemplo de José a ser seguido é que ele consegue transformar as dificuldades em oportunidades para servir e ser obediente a Deus, usando isso sempre a seu favor.
FRAQUEZAS E ERROS.
O seu orgulho juvenil, por ser o preferido de seu pai, provocou atrito com seus irmãos. José sentia-se bem em contar seus sonhos com sendo ele o provedor da família no futuro, pois em seus sonhos, toda a família se curvava diante dele. Muitas vezes as dificuldades em nossas vidas é um tratar de Deus para curar o orgulho de nosso coração, Paulo em Rm 12: 16 nos alerta para isso quando diz: “Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos”.
LIÇÕES DE VIDA.
- O importante não são apenas os acontecimentos ou as circunstancias de vida, mas a atitude com relação a eles. Muitas vezes quando recuamos, ou deixamos de reagir a certas ocasiões, como os outros gostariam que fosse nossa atitude, não significa covardia ou a nossa aceitação sem reação, ao contrario, ao recuarmos ou em não reagirmos, nos dá uma visão mais ampla da situação para tomar a decisão mais correta. Assim agia José, sempre com calma e coerência para assim, colher os frutos das bênçãos de Deus. Ao olharmos para a vida de Jesus, também era assim que Ele agia.
- Com a ajuda de Deus, qualquer situação pode ser usada para o bem, mesmo quando as pessoas desejam utilizá-los para o mal. Geralmente quando nos acontece situações contrarias ao planejado, nossa primeira reação é explodir, e fazer algo para resolver a situação imediatamente. Porem a melhor coisa a fazer, e com certeza a mais difícil, é parar, respirar fundo e clamar pela ajuda de Deus, e o conselho de Sl 46: 10a é: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Muitas vezes estas situações podem ser usadas ao nosso favor. Temos que aprender a arte de fazer do limão uma limonada. Creia Deus sempre age a favor daquele que o amam e O procuram.
Pregação no culto das 19:30h, do dia 18/ 07/ 2012, na Paróquia Apóstolo Pedro - IECLB, em Jaraguá do Sul, SC.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

SETE SINAIS QUE DISTINGUE UM DISCÍPULO



Introdução: Um discípulo é mais que um convertido ou um cristão de longa caminhada, o próprio Jesus declarou “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está no céu”. (Mt 7: 21). O verdadeiro discípulo precisa, antes de qualquer coisa, ter capacidade treinada para discernir as coisas. O Novo Testamento é um verdadeiro manual do discipulado, começando pelos evangelhos, passando pelas cartas paulinas e cartas gerais e acabando em Apocalipse como um fechamento apoteótico, com algumas explicações finais de como devemos proceder na caminhada do discipulado, primeiro como discípulos e depois fazer discípulos.
Quero focar neste momento o “Ser discípulo”; nesta reflexão veremos, através da Palavra de Deus, sete sinais que distingue o verdadeiro discípulo, e meu desafio inicial é que você preste atenção nestes sinais, e procure se encaixar neles, ou então reconhecer que falta em você um destes sinais.
1- Lucas 14.26 – Cristo em primeiro lugar. Por o Senhor Jesus acima das relações humanas. Amar a Jesus mais que a si próprio. Quando Jesus nos diz que devemos aborrecer (ou odiar) os nossos entes mais queridos, não o diz no sentido literal. Quer dizer que nenhum amor nesta vida pode ser comparado com o amor que devemos a Ele.
2- Lucas 14. 27 – Tomar a Cruz. De forma clara e objetiva, Jesus esta dizendo aqui que o homem que o segue, não obterá nem poderes e nem glorias terrestres, mas deve, sim, estar disposto a ser fiel até o sacrifício das coisas mais apreciadas da vida, e a sofrer a agonia de um homem sobre a cruz. Seguir a Cristo custe o que custar. Não “seguir” a Cristo, mas também tomar a Cruz. “Tomar” significa uma escolha consciente. Os conflitos resultantes da obediência é que é a “cruz”. Keith Phillips diz que: “somente os que obedecem à Palavra de Deus demonstram o seu amor a Ele. O seu amor a Cristo fez com que você obedecesse à ordem de arrepender-se e segui-lo”.
3 - Lucas 14.33 – Renuncia as coisas materiais. Neste versículo Jesus nos adverte contra uma adesão leviana a Ele. O discipulado de Jesus demanda a renuncia de tudo. Jesus declara que quem não renunciar a tudo o que lhe pertence não pode ser seu discípulo. Desse modo estabelece uma ligação com as frases finais dos v. 26s. Ser discípulo de Jesus não é coisa das multidões.  Aquilo que o discípulo tem, ele consagra a Deus. Já não e mais “dono”, mas é “mordomo”.
4 – João 8.31 – Relação com a Palavra. Ser um discípulo significa permanecer constantemente na palavra de Jesus. E o que significa permanecer na palavra de Jesus? Isso implica quatro coisas.
a) Ouvir em forma constante a palavra de Jesus. O cristão é aquele que não toma nenhuma decisão sem ouvir antes o que Jesus diz a respeito.
b) Implica aprender constantemente de Jesus. O cristão deve aprender durante toda a sua vida mais e mais a respeito de Jesus. A mente que se fecha põe fim ao discípulo.
c) Implica penetrar constantemente na verdade com que estão carregadas as palavras de Jesus. Permanecer na palavra de Jesus significa estudar e pensar continuamente no que disse e no que continua dizendo, até que cada vez fazemos mais nosso o significado de suas palavras.
d) Implica obedecer em forma constante a palavra de Jesus. O discípulo é aquele que aprende para poder agir.
5 – João 13.34-35 – Amar aos outros. O que  significa isto para nós e quanto a nossa relação com nosso próximo? Como amou Jesus a seus discípulos? Jesus amou seus discípulos sem egoísmo. Até no mais nobre dos amores humanos há um resquício de egoísmo. Jesus amava seus discípulos com um amor sacrificial. Se o amor significava a cruz, Jesus estava disposto a enfrentá-la. Jesus amava seus discípulos com um amor pormenorizado. Conhecia a fundo a seus homens. Conhecia todas as suas debilidades e apesar delas, Ele os amava. Jesus amava a seus discípulos com espírito de perdão. O amor que não aprendeu a perdoar não pode fazer nada, exceto debilitar-se e morrer. E é por essa razão que qualquer amor verdadeiro deve construir-se sobre sentimentos de perdão porque se não existir o perdão está condenado a morte.
6 – João 15: 8 – Dar frutos. Devemos notar neste versículo se estabelecem duas coisas sobre o bom discípulo. Em primeiro lugar, enriquece sua própria vida. Seu contato o converte em um ramo cheio de frutos. Em segundo lugar, da gloria a Deus. Sem duvida a maior gloria da vida cristã é que por meio de nossa vida e de nossa conduta, podemos dar gloria a Deus. Frutos também são as pessoas nas quais o discípulo se reproduz espiritualmente. É levar pessoas a Cristo e equipá-las. Isto vai glorificar a Deus e trazer grande alegria aos discípulos de Jesus.
7 – Felipenses 4: 6 – Oração – A oração é o estabelecimento de um dialogo do homem com Deus. Devemos estar sempre orando, para sermos guardados das tentativas de satanás de nos levar ao pecado. Podemos dizer que a oração é o nosso termômetro espiritual, quando não conseguimos orar, indica que não estamos bem espiritualmente.

A Grande Comissão que Cristo determinou para sua igreja, e que lemos em Mt 28: 19, pode ser resumida na ordem: vão e façam discípulos de todas as nações. Este texto indica que os discípulos deveriam sair pelo mundo e ganhar outras pessoas para o evangelho. Elas se transformariam naquilo que eles mesmos eram: discípulos de Jesus. Esta é a nossa missão como discípulos de Jesus, fazer discípulos. Ganhar pessoas para o evangelho, ter a ousadia, o discernimento e a sabedoria que vem de Deus para ser um bom mordomo de Cristo neste mundo, é o mínimo que podemos fazer pelo amor que Ele nos dispensa.
          Estes são os sete sinais (com certeza tem outros mais) que creio, devam fazer parte do verdadeiro discípulo de Jesus. Tenho me esforçado para procurar tê-los em minha vida de discípulo, alguns tenho mais dificuldades que em outros, mas continuo buscando, Deus é testemunha de meu esforço para ser um cooperador em sua obra salvífica deste mundo. Minha oração é que você amado irmão ou irmã também esteja se esforçando no sentido de ser um bom discípulo de Jesus.
Pregação no retiro de discipulado em Jaraguá do Sul - SC; nos dias 30/ 06 e 01/ 07 de 2012. Pregação foi no dia 30/ 06 à 17h -  casa de retiros FELUZ.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

CONTATO

Para quem tiver interesse de entrar em contato comigo, para palestras em sua igreja, curso de liderança ou teatro, ou qualquer outro interesse, meu e-mail é: priemir@gmail.com

SERVIR COM SABEDORIA E SIMPLISCIDADE


Texto: 1 Pe 4: 10-11 – Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como despenseiro da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a gloria e o domínio pelos séculos dos séculos, amém!
            Todas as capacidades que o homem possua deve oferecê-las sem reservas para servir a Deus e assim servir a comunidade. Esta também é uma ideia favorita no Novo Testamento e Paulo refere-se exatamente a ela em Rm 12: 3-8 e 1 Co 12. A Igreja necessita da capacidade que cada crente possa ter. Pode ser a capacidade para pregar, para interpretar musica ou para visitar outras pessoas, e outras tantas capacidades existentes na Igreja. O que precisamos, é descobrir algo em nós que seja muito bom e que possa ser usado para edificação do corpo. Não há capacidade e nem recurso que não possa ser posto a serviço da obra de Cristo.
            Todos nós devemos nos considerar mordomos a serviço de Deus. No mundo antigo os mordomos eram funcionários de muita importância, pois todos os bens de seus senhores estavam confiados a sua administração. Havia duas classes principais de mordomos:
·         O dispensator, dispensador, que era o responsável por todos os assuntos domésticos da família, sendo responsável por todas as provisões da casa.
·         Por outro lado estava o vilicos, o mordomo encarregado das propriedades do seu senhor e que agia representando este perante os arrendatários.
Porem todo o mordomo sabia que todas aquelas coisas não lhe pertencia, mas sim tudo era do seu senhor.
O cristão deve estar sempre consciente de que nada do que possui – seja bens materiais ou aptidões pessoais – é seu. Pois tudo o que possuímos pertence a Deus e em todo momento devemos usá-lo tendo em vista única e exclusivamente aos interesses divinos utilizando estes dons ou bens como Deus mesmo os utilizaria. Devemos lembrar que um dia teremos que responder perante Deus. Sendo assim, nós como seguidores de Cristo, temos a segurança de que tudo o que temos pode e deve ser usado para servir o próximo, seja ele alguém na Igreja ou fora dela.
No verso 11 Pedro esta pensando em duas grandes atividades da Igreja cristã. Pregação e serviço pratico. O vocábulo que Pedro usa traduzido por Palavra é Logia. Os pagãos empregavam esta palavra para referir-se aos oráculos que lhes eram enviados por seus deuses. Os cristãos, por sua vez, utilizavam-na para referir-se às palavras da escritura ou as palavras de Cristo. De maneira que Pedro esta dizendo: Se alguém tiver o dever de pregar, que pregue então, não como quem está dando as suas próprias opiniões, ou divulgando seus próprios preconceitos, mas sim como alguém que recebeu uma mensagem do próprio Deus.
A respeito de um grande pregador dizia-se que Primeiro escutava a Deus e depois falava com os homens. Com relação a outro, comentava-se que quando frequentemente fazia pausa em sua pregação parecia como se estivesse esperando que uma voz lhe falasse. Nisso reside o secreto poder da pregação.
Pedro prossegue dizendo que se um cristão esta empenhado no serviço cristão prático, deve desempenhá-lo como quem o cumpre com o poder que Deus lhe provê. É como se Pedro nos dissesse: quando estás ocupado no serviço cristão, não deve agir como se estivesse fazendo um favor pessoal através dos bens da sua propriedade, mas sim deve agir conscientemente, sabendo que está dando o que recebeu de Deus. Tal atitude nos livra de todo orgulho e faz com que a dádiva não seja humilhante de modo algum.
Todo o propósito aqui é que Deus seja glorificado. A pregação não se faz para exibir a habilidade do pregador, senão para por o homem frente a frente com Deus. O serviço não se presta para obter gratidão e prestigio para quem o rende, senão para que o pensamento do favorecido se volte para com Deus.
Uma nova graça e uma nova gloria se manifestariam na Igreja se todos os seus membros deixassem de fazer coisas para si mesmos e fizessem para Deus.
Creio que mesmo não sendo explicito em falar de unidade, Pedro deixa nas entrelinhas algo muito forte, que ao fazer o serviço com esmero e fidelidade vamos também construir a unidade do corpo. Não pode haver unidade sem serviço e muito menos serviço sem o objetivo da unidade.
Pregação para a UMP (União da Mocidade Prebiteriana) - Jaraguá do Sul, SC - 08 de junho 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A VIDEIRA E OS RAMOS.



Texto: Jo 15: 1-8.
No A.T. Israel é retratado como a videira que Deus tirou do Egito e plantou numa nova terra, mas que muitas vezes havia deixado de dar  os frutos que Deus esperava. Neste texto Jesus deixa bem claro que Ele é a videira verdadeira, e o Pai é o agricultor. Jesus é a videira real, que cumpriu o propósito de Deus onde Israel havia falhado e que criou um novo Israel (os ramos são aqueles que creem nele).
Cada ramo da videira sai diretamente do tronco principal. Quando os ramos são cortados, aqueles que deram frutos são podados a uma distancia de 3 a 6 cm do tronco. Eles permanecem no tronco durante o ano à medida que ele cresce ao seu redor. Então os ramos brotam rapidamente e voltam a dar frutos porem aquele que não deram frutos são cortados pela base e só servem para serem jogados em uma fogueira para serem destruídos. No A.T. estava estabelecido que em certas épocas do ano o povo deveria levar ofertas de madeira ao templo para os fogos dos sacrifícios nos altares, e a Lei determinava de maneira bem especifica que não devia levar madeira de videiras.
Nesta manhã quero fixar este estudo em quatro perguntas bem especificas que podem nos conduzir a uma conclusão final bem pessoal.
A minha primeira pergunta é: Quem é a verdadeira videira para mim? Sim, onde está esta a verdadeira videira? A Bíblia nos fala que a igreja é o corpo de Cristo. Será, então, que a igreja é a verdadeira videira? E nela que eu como um ramo devo me conectar? Sim pois participo de todos os trabalhos que ela nos proporciona. E quando penso que faço parte de quase todos (ou em todos) os departamentos de serviço da igreja, e até tenho trazido pessoas que são inseridas em nosso meio. Então eu estou conectado na verdadeira videira. Amados alguém aqui pensa desta maneira?  Mas quero dizer, e talvez decepcione muitos aqui, mas a igreja não é a verdadeira videira. Quando penso na videira que pode me proporcionar algo, posso pensar em igreja, pois pago meu dizimo e ofertas e em contra partida a videira (igreja) me proporciona o direito de batizar, confirmar, casar e ser enterrado. Mas a verdadeira videira quer nos dar muito mais que simplesmente isso. A verdadeira videira nos chama para ter vida, e vida em abundancia. A igreja é apenas um dos ramos desta videira, assim como cada um de nós, também somos ramos desta videira. Quando Jesus faz a alegoria de dizer Eu sou a verdadeira videira Ele está nos convidando para sermos mais um ramo e fazer parte da vida em abundancia que Ele mesmo já havia dito. Se pensarmos que a igreja é a verdadeira videira, fazemos parte dos ramos secos que não permanecem firmes em lugar nenhum, porque olham para os defeitos da igreja, para as falhas de seus Pastores, falhas de alguns irmãos, então se decepcionam e vão em busca de uma outra videira (igreja), e lá descobrem que esta também tem defeitos e continuam em busca da verdadeira videira, sem nunca encontrarem. Amados, olhem para igreja como um ramo, que tem seus defeitos sim, mas também tem vida, tem seiva que alimenta os brotinhos, como eu e você. Quando olhamos a igreja apenas como um ramo, então deixamos de olhar para seus defeitos, os defeitos da sua liderança, ou para aquilo que eu possa usufruir dela, e começo a fazer parte também deste ramo para que de alguma forma eu também possa frutificar. A verdadeira videira é Jesus, sem máculas e sem defeitos, só Ele é capaz de nos dar vida... A seiva da vida esta nEle e não na instituição chamada igreja.
A segunda pergunta é: de que frutos Jesus esta falando? Com esta pergunta faço outra pra começar a ilustrar: qual é o fruto da macieira? (...) Eu também respondi maçã, mas a maçã não passa de uma guardiã da semente que esta dentro dela. O fruto da macieira é outra macieira muito parecida com ela mesma. Que frutos, nós como ramos conectados a verdadeira videira devemos produzir? Primeiro creio que devemos nascer como sementes, e como ramos, começamos a produzir os frutos do Espírito em nós mesmos. E quais são os frutos do Espírito?  Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra isso não há lei. Nós só conseguiremos produzir os frutos que Jesus diz aqui, quando estes frutos do Espírito estiverem impregnados em nós. Por que então nossos frutos serão semelhantes a nós, que somos semelhantes a videira verdadeira que é Jesus. Não basta eu trazer para igreja 100 pessoas que se batizam, são dizimistas, frequentam todos os cultos e participam de todas as atividades da igreja, se eu não for o exemplo dos frutos do Espírito, se eu não estiver impregnado com os frutos do Espírito. E isso vale para mim, nas atividades que faço na igreja, seja louvor ou participando de atividades na igreja, se eu não estiver conectado a videira, impregnado com os frutos do Espírito eu continuo sendo um galho improdutivo, que cedo ou tarde serei cortado e lançado ao fogo. E quando Jesus diz que todo o ramo que dá fruto precisa ser podado, precisa ser limpo para dar mais frutos, é exatamente isso que acontece, Deus, o Pai agricultor sempre esta nos cortando as asinhas. Poda o nosso orgulho e soberba. Coloca-nos em nosso devido lugar, para que de novo, tenhamos consciência que somos apenas ramos da videira, que sem ela nada somo e nada podemos. Que devemos sempre estar grudados, conectados ao tronco principal, por que quando o ramo adoece, ele conta com a ajuda dos outros ramos, mas é a seiva do tronco principal que dá a cura. Frutos aqui então é nossos discípulos, aqueles nos quais nós, através do nosso exemplo de vida cristã serão nossos imitadores, porque nós somos imitadores de Cristo. Minha pergunta para uma reflexão pessoal: O que as pessoas podem ser imitadoras suas?
A terceira pergunta é: qual é a seiva que alimenta os ramos? Jesus no inicio deste capitulo diz e meu Pai é o agricultor. O agricultor, é aquele que faz a capina pra limpar, aduba, poda, rega e é o que fica com toda a colheita. O adubo aqui além de ajudar no crescimento, possui nutrientes vitais para qualquer planta. Nós como ramos da videira, também precisamos deste adubo e destes nutrientes. Todas as plantas tem uma coisa chamada seiva, que traduz, ou transforma este adubo em nutrientes para o restante da planta, como no ser humano o sangue é responsável por levar o oxigênio e os nutrientes para os trilhões de células espalhadas por todo o nosso corpo. Como aqui estamos tratando em um sentido simbólico, mas ao mesmo tempo muito verdadeiro, a seiva desta videira chama-se Espírito Santo. É ele que transforma este adubo do Pai celestial em palavra que por sua vez se transforma em alimento para nós os ramos, que estamos conectados com a videira. E esse alimento chamado palavra só produz um efeito vivificante quando estamos conectados com a verdadeira videira. Quando todos os ramos estão juntos em sintonia com a videira, então este alimento produz algo que com palavras seria impossível descrever, algo que só experimentando se é capaz de vivenciar. Amados alguém já experimentou esta forma magnífica de se alimentar? Não? Então esta na hora de se conectar a verdadeira videira.
E por último a pergunta é: o que significa permanecer? Tomemos uma analogia humana. Todas as analogias são imperfeitas, mas devemos trabalhar com ideias que já possuímos. Suponhamos que uma pessoa, por si só, é débil. Suponhamos que caiu em tentação; agiu muito mal, encaminha-se para degeneração da mente, do coração e da tempera espiritual. Agora suponhamos que esta pessoa tenha um amigo forte, que ama e se faz amar e suponhamos que este amigo forte resgate a pessoa em questão de sua situação degradada. Há uma só forma mediante a qual a pessoa mais fraca pode manter seu novo estado e permanecer no bom caminho. Deve manter-se em contato com o seu amigo. Se o perder, o mais provável é que sua debilidade o vença; as velhas tentações voltarão a rondar em sua volta e cairá. Sua salvação depende exclusivamente do contato constante com a força de seu amigo.
Permanecer em Cristo significa algo semelhante a isso. O segredo da vida de Jesus foi o seu contato com Deus. Varias vezes se retirava a um lugar solitário para encontrar-se com Deus. Jesus sempre permanecia em Deus. Mesmo deve dar-se entre nós e Jesus. Devemos manter o contato com Ele. Não poderemos fazê-lo a menos que tomemos essa decisão e tomemos medidas necessárias. Não deve passar nenhum dia sem que pensemos em Jesus e sintamos a sua presença.
Tomemos um só exemplo: orar à manhã, embora só seja durante escassos minutos, significa contar com um antisséptico para o resto da jornada, pois não podemos sair da presença de Cristo e fazer coisas más. Para muitos de nós, permanecer em Cristo será uma experiência que jamais poderemos expressar com palavras. Para a maioria significara um contato continuo com Jesus Cristo, significa organizar a vida, a oração, o silencio de maneira tal que não chegara o dia que tenhamos a oportunidade de esquecê-lo.
E para finalizar, devemos notar que nesta passagem se estabelecem duas coisas para o bom discípulo. Em primeiro lugar, enriquece a sua própria vida. Seu contato o converte em um ramo cheio de frutos. Em segundo lugar, dá glória a Deus. Ao contemplar sua vida os pensamentos dos homens se voltam para Deus que o fez assim. Deus é glorificado, como Jesus indicou, quando produzimos muito fruto e quando demonstramos ser discípulos de Jesus. Sem duvida a maior glória da vida cristã e que, por meio de nossa vida e de nossa conduta, podemos da gloria a Deus.
Missionário Emir Vargas

sábado, 21 de abril de 2012

QUANTAS VEZES DEVO PERDOAR?


Texto: Mt 18: 21-35.
É muito importante começar esta predica enaltecendo o muito que devemos a falta de freio na língua de Pedro. Pois sempre uma vez ou outra Pedro soltava a fala e com a sua impetuosidade sempre extrai ensinos imortais da boca de Jesus.
E agora de novo Pedro toma a palavra, e a sua pergunta é: Quantas vezes temos que perdoar um irmão? E ele pensa que é preciso ir bem longe ao encontro dele e estar disposto a perdoá-lo. Os rabinos da época ensinavam que um homem deve perdoar três vezes a seu irmão. E encontravam a prova bíblica da correção desta medida em Amós. Nos primeiros capítulos de Amós se estabelece uma serie de condenações para diferentes nações: Por três transgressões e por quatro (Am 1: 3, 6, 9, 11, 13; 2: 1, 4 6). Então Pedro toma as três vezes rabínicas, multiplica-as por dois, adiciona uma e sugere, muito satisfeito que bastará perdoar sete vezes. Pedro acha que sete vezes seria o numero da plenitude e do limite. Mais que sete vezes não seria necessário – mas Jesus se nega a aceitar esta aparente bondade e nobreza de coração para perdoar sete vezes, pois este numero é humanamente fechado e limitado. Então com uma Palavra cheia de poder e misericórdia Ele quebra esta medida humana. Sete vezes não, mas setenta vezes sete. Isso significa que a medida do perdão não tem limites.
Então Jesus, com geralmente fazia, conta uma parábola a fim de esclarecer melhor esta exigência. Um rei, designado de senhor no restante da parábola, emprestou uma quantia a de seus empregados. Este empregado abre um estabelecimento bancário. A dívida aumentou para uma quantia impossível de ser paga. Dez mil talentos somam aproximadamente 174 toneladas de ouro. Essa dívida é de fato impagável. Apenas para ilustrar o tamanho desta dívida, podemos compará-la com a informação de que o salário anual de Herodes Antipas era de aproximadamente 200 talentos.
O rei desta parábola primeiro assume uma atitude de direito, dando ordens de que o empregado impossibilitado de pagar fosse ele com toda a sua família vendidos como escravos para saldar a dívida. A lei em Êxodo 22: 2 prevê que a venda do devedor como escravo. Mas o rei sabia que o seu compatriota vendido tinha de ser alforriado no sétimo ano, também descrito em Êxodo 21: 2. Então o rei ordena que o devedor e tudo o que ele possui sejam vendidos. Mas o rei comovido pela suplica insistente de seu devedor, resolve libertá-lo, sim, livra-o de toda a dívida. E se nós prestar atenção, é exatamente assim que Deus faz conosco, comigo e com você, que lhe devemos uma soma impagável. Ele nos perdoa a dívida do pecado. E isso é verdade, pois Deus nos amou por meio de Seu filho Jesus. Não apenas uma vez, ou set vezes como sugeriu Pedro, mas milhões de vezes, diária e abundantemente, Deus perdoa nossa gigantesca dívida.
Mas o interessante, que no momento seguinte que foi perdoado, o empregado desta parábola vai e procede completamente contrario com seu colega. Assume diante dele uma atitude legal e, não se importando com as muitas suplicas dele, persiste no seu direito, mesmo se tratando de uma pequena soma de cem denários, ou seja, o equivalente a cem dias de trabalho.
Quantas vezes nós não costumamos ser muito justos com os outros, sempre persistindo na atitude legalista diante deles, suas faltas contra nós sempre são gigantescas e por isso mesmo, imperdoáveis. E através desta parábola Jesus nos mostra como estas nossa atitude contra a reconciliação nos coloca num terrível contraste com Deus. Enquanto desfrutamos intensamente do seu perdão, usufruindo dele numa medida que nem podemos comparar com o que devemos uns aos outros, qualquer ofensa à nossa honra nos deixa tão irados que nada nos acalma e não perdoamos de jeito nenhum. Muito pelo contrario, exigimos os nossos direitos e também pela condenação, como se fossem valores absolutamente necessários. Deus precisa suportar pois não perguntamos em momento algum sobre qual era a Sua opinião, mas nós não suportamos aquele que (do nosso ponto de vista) não dá atenção suficiente para a nossa opinião. Diante de Deus, afirmamos, sem temor, tantas coisas erradas. Mas vingamos qualquer palavra errada de outros sobre nós. Para Deus não temos tempo, nem dinheiro, nem coração. No entanto, quando alguém não nos agradece e não nos concede o amor devido, nos revoltamos e de imediato o consideramos insuportável.
No fim da parábola Jesus, Jesus nos apresenta a consequência dessa falta de compaixão e de disposição para perdoar: Quem não se torna misericordioso com a misericórdia de Deus e não aprende a perdoar a partir do perdão de Deus, desperdiçou a graça de Deus.
Amados irmãos, graça desperdiçada gera condenação. Pois a graça de Deus transforma-se em ira de Deus. Esta palavra de Jesus sobre o perdão mutuo é seria, é seriíssima.
E o que se deve destacar é que nada do que os homens nos façam pode se comparar com o que nós fazemos a Deus, e se Deus perdoou nossas dívidas, nós também devemos perdoar nosso próximo. Nada do que nós temos que perdoar se pode comparar nem de forma vaga ou remota daquilo que Deus nos perdoou.
Fomos perdoados de uma dívida que esta além de todo o pensamento – porque o pecado do mundo provocou a morte do próprio Filho de Deus – e, sendo assim, devemos perdoar aos outros como Deus nos perdoou, ou não podemos encontrar misericórdia alguma.
Missionário Emir Vargas.

sexta-feira, 2 de março de 2012

NOSSA VOCAÇÃO.


Texto: Ef 4: 1 - 6.
“Rogo-vos, pois, eu, prisioneiro no senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vinculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e esta em todos”.
            Quando leio este texto, e olha que já e reli várias vezes para poder entendê-lo melhor e dele tirar algo que edifique minha vida, sempre me vem à mesma pergunta: “quem são os chamados?” Então buscando resposta na própria palavra olho o texto que o mesmo Paulo escreve aos Coríntios no capitulo primeiro verso 26, que diz que não são os sábios, ou poderosos e nem aqueles que nasceram em berço nobre, mas Deus escolhe as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios. Então este chamado é pra todos aqueles se dispõe a serviço da obra redentora de Deus, ou seja, este chamado é pra mim, mas também é para cada um de vocês, nós fomos chamados por Deus, não é a toa que o Espírito Santo um dia tocou em seu coração fazendo com que cada um de nós deixasse as coisas comuns do mundo e nos impulsionasse para estarmos aqui nos cultos da igreja. Ou você vem no culto porque não tem coisa melhor pra fazer em casa? Creio que cada um que está aqui nesta noite tem um propósito, ouvir e ser edificado pela Palavra de Deus. Mas só isso não basta, precisamos ouvir e praticar a Palavra, e praticar é saber exatamente por que fomos chamados. E aí surge mais uma pergunta: “que vocação é esta a que fomos chamados? 1) Fomos chamados para sermos filhos de Deus, para sermos uma nova criação, uma geração de adoradores e para sermos semelhantes a Jesus. 2) Em Cristo nós somos “chamados”: o chamado ocorreu pelo evangelho. Ser chamado significa mais do que ser salvo. Somos chamados para servir a Deus. Pensemos em Enoque, Noé, Abraão, Samuel, Davi, os Apóstolos.
            Nós somos chamados pela graça, e isso não vem de nós para não nos gloriarmos, Deus nos chama, as vezes em um período especial de nossas vidas, quando menos esperamos, algo nos incomoda tanto, que não suportamos ficar parado em nosso lugar comum que devemos nos mexer. Comigo foi assim à exatos sete anos, deus me chamou pra missão, o que para muitos foi um chamado tardio, eu creio que não, foi um chamado no tempo de Deus, por que eu não acredito naquele ditado “Deus tarda mas não falha”, o Deus que eu creio não é um Deus tardio, Ele age sempre na hora certa, nunca antes e nem depois. Por isso discordo que meu chamado seja tardio, ele precisava de mim maduro, na idade e na fé. E você também neste momento pode estar sendo chamado, a igreja precisa de pessoas para muitos serviços na obra de Deus, são poucos os que se dispõe, e muito é o trabalho.
            E este é um chamado pessoal, Deus nos chama para fazer algo muito especial na sua obra redentora, que só você pode fazer, mas isso não significa que se você não fizer, a obra de Deus fica inacabada, nada disso, Deus levanta outra pessoa em seu lugar, pena, pois quem perde é você. Preguei sobre o chamado de Mateus no domingo de carnaval, este foi um chamado inesperado, e para quem ninguém imaginaria, Levi como era conhecido, um publicado cobrador de impostos, alguém que abandou sua crença judaica para se vender ao inimigo dos judeus. O próprio Apóstolo Paulo foi outro exemplo de chamado digamos impossível, pois foi o mais ferrenho perseguidor de cristão, no entanto Jesus o separou para o seu evangelho aos gentios, em At 13: 2 vemos o Espírito Santo separando Paulo e Barnabé para a primeira viagem missionário no meio dos gentios. Eu e você estamos sendo chamados para a missão, e missão começa aqui, junto com nossos amigos de trabalho, de escola, de faculdade. Como você tem se comportado diante deles? Eles percebem que você é diferente no meio deles? Ou o seu comportamento é igual ao do motorista da estória que contei no inicio? Nossa missão começa depois do culto, o culto serve apenas pra nos incentivar, nos alimentar, nos revestir com as armaduras de Deus. Como um dia eu vi um crente falando na frente da sua igreja a um amigo que lhe perguntara: “Acabou o culto?” ao que lhe respondeu prontamente: “não, agora é que o culto vai começar, pois preciso praticar tudo que ouvi e aprendi.” Quando é que começa o nosso culto? Ás 19h... Ou quando saímos pela porta do templo pra ir de encontro com o mundo lá fora? O autor do livro “Liderando pela pregação” diz que a experiência da plenitude de Deus também compromete. Quem chegou ao trono de Deus nunca sai de lá sem uma tarefa. Somos preenchidos para podermos passar isso adiante. Somos presenteados para poder presentear. A saída do culto sempre leva para o dia a dia no mundo. Para o cristão que ouve e atende o chamado de Deus, este dia a dia representa missão. Meu desejo é, que depois de ouvir o chamado de Deus, preenchido pela Sua graça, possamos sair daqui esta noite praticantes da Palavra, esta é a nossa missão como igreja, mas acima de tudo como cristãos que somos.
            Que Deus nos abençoe, nos de coragem e animo dobrado para ouvir e cumpri aquilo pelo qual cada um de nós foi chamado, praticando o maior de todos os dons oferecido pelo Espírito Santo que é o AMOR.
Pregação para o culto do dia 04 de março de 2012, ás 19h, na Paróquia Apóstolo Pedro - I.E.C.L.B - Jaraguá do Sul.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

DE PUBLICANO A APÓSTOLO


DE PUBLICANO A APÓSTOLO.
Texto principal: Marcos 2: 13-14.
Nesta manhã, onde o mundo comemora a festa da carne, onde muitos jovens se prostituem nas drogas, na bebida e de muitas outras maneiras, num chamado irresistível do inimigo ceifando o caráter, a dignidade, o respeito e o amor próprio de pessoas que atendem a esse apelo e se entregam em um mundo de pecados e orgias, quero trazer aos amados irmãos outro chamado para alguém que era desprezado pelos próprios compatriotas.
                        O Novo Testamento nos relata o chamado dos doze que viriam a ser discípulos de Jesus, e mais tarde obterem o titulo de Apóstolos. Jesus os encontra no concreto do que faziam, no quotidiano de suas ocupações, e é aí no centro de suas vidas, que Ele se faz proposta de qualquer coisa nova. E esta proposta de algo novo vem na contra mão do centro vital onde estão as suas seguranças, as suas certezas, o seu passado e o seu futuro. A estes que cuidavam de seus barcos; ou a Levi, que Jesus também “passando, viu sentado na sua mesa de cobrança de impostos e disse-lhe: segue-me”.
                        Levi como seu nome já diz, era de descendência sacerdotal, da casa de Arão. Porém era dominado pelo dinheiro. Os judeus consideravam os publicanos como traidores.
                        Este foi um chamado divino, único e poderoso. Ele foi dirigido a um apóstata, ou seja, foi dirigido a um homem que abandonou a sua crença, desistiu da sua fé, em outras palavras virou as costas para Deus. Levi trabalhava diretamente para o inimigo dos judeus, os romanos. Creio que este homem cobrava muito mais que o devido e embolsava uma parte pra ele.
                        Quando Jesus o convida para segui-lo, ele esta sentado na coletoria cobrando impostos. Ou seja, esta em horário de trabalho, foi durante o seu expediente. Jesus não esperou acabar o seu expediente pra formular o chamado... Não foi na lata, tipo, é agora ou nunca. Também não foi durante uma pregação, ou depois de um feito milagroso, como foi pra Pedro e os outros pescadores. Foi algo totalmente inesperado, creio que até os seguidores de Jesus se assustaram com o que Jesus pronunciou e para quem foi dirigido o chamado.
                        Este convite tem, para Levi, duas coisas muito relevantes, e que precisam ser analisadas profundamente: 1º) Jesus convida Levi a desistir, abandonar o seu negocio rendoso, e 2º) ao abandonar seu negocio rendoso, ele agora iria seguir ao desprezado nazareno.
                        O mais interessante desta história, é que Levi, levanta do seu banquinho, abandona as dracmas e os denários por sobre a mesa e segue Jesus. Simplesmente abandona tudo, deixa tudo pra trás, sem olhar o que ficou atrás de si, como que hipnotizado por aquele homem, vai e o segue.
                        Quero neste momento fazer algumas considerações a respeito deste passo de fé que Levi foi capaz de dar. Supondo ser Jesus uma farsa, um mentiroso, qual dos doze, perderia mais na vida? Naquela época, havia centenas de homens se dizendo serem o Messias prometido, talvez por isso os Sacerdotes, Fariseus e Saduceus duvidavam tanto de Jesus. Mas isso é outra historia, voltemos a Levi. De todos os apóstolos, inclusive o que bichou, apodreceu, Levi seria o principal perdedor nesta história. Todos os outros voltariam as suas profissões de origem, tanto que Pedro logo depois da morte de Jesus voltou pescar.
                        Mas Levi não teria pra onde voltar. Os judeus o odiavam, o consideravam inimigo, um traidor. Os romanos com toda a certeza não devolveriam o seu emprego depois de ter abandonado. Lembram, ele deixou tudo, dinheiro emprego, não deu satisfação pra ninguém. Hoje isso significaria abandono de trabalho.
                        Na hora Levi nem pensou nas conseqüências que o seu ato pudesse causar, os transtornos que lhe causariam tal atitude. Creio que estas coisas só lhe atormentaram quando Jesus foi preso. Ele foi um dos que fugiu amedrontado. A Bíblia não relata àquelas horas agonizantes para Jesus, mas também para Levi.  
                        Penso que Levi acompanhava cada passo com muita atenção. Devia estar pensando que a qualquer momento Deus enviaria anjos para salvar Jesus daquele sofrimento, e tudo voltaria ser como antes e talvez até melhor. Porem, quanto mais o tempo passava pior às coisas ficavam, pra Jesus, e pra Levi, que se via agora cada vez mais abandonado. Pra onde ele iria, o que iria fazer, sem emprego, sem amigos. Mas a esperança ainda existia, apesar de todo o sofrimento de Jesus, Ele ainda estava vivo, e a onde tem vida há esperança. Levi deve ter seguido ao longe os passos de Jesus enquanto lentamente se dirigia para o gólgota. Suas esperanças começaram se perder quando Jesus foi pregado na cruz, e se acabaram, quando ele ouviu o ultimo suspiro de Jesus. Era o fim de uma jornada que ele tinha sido o único perdedor. E agora tudo acabou da única maneira que Levi nunca tinha pensado e nunca esperava que fosse acabar assim. O cara que tinha prometido o reino do Céu, dizia-se filho de Deus, morrer da maneira mais humilhante e ultrajante que homem pode morrer. Levi deve ter pensado: que burro que eu fui, me deixar levar nessa conversa. E agora.
                        O que? Vocês estão escandalizados com isso? Quantas vezes eu e você não pensamos coisas semelhantes? É só as tribulações aparecerem, e lá estamos nós murmurando.
                        Mas vamos pular as murmurações. Você já tentou imaginar a felicidade de Levi quando alguém lhe falou: Irmão venha, o mestre está vivo, Ele ressuscitou.
                        Quero apartir destas considerações, meio utópicas, fazer uma aplicação para nossa vida. Amados, a minha pergunta inicial é: você tem certeza do seu chamado? Creia Jesus já fez um chamado especial pra sua vida. Primeiro Ele disse, como disse a Levi: Vem e segue-me. Isso aconteceu no dia da sua conversão. Depois deste primeiro chamado, Ele vocacionou você para algo que Ele quer que você faça para a obra ser completa. Você sabe o porquê do seu chamado? O que você tem pra deixar pra trás e seguir Jesus, e fazer aquilo pelo qual você foi chamado?
Amados irmãos, Levi não pensou duas vezes pra seguir o Mestre, não pensou nas conseqüências que viriam no futuro, e graças a Deus por isso. A única conseqüência que veio foi que ele teve uma vida totalmente transformada, ele teve uma nova chance de ter uma nova vida. E nós quando resolvemos ouvir a voz de Deus, e atender o chamado de Jesus, é exatamente isso que recebemos em troca.
                        Levi deixou de ser coletor de impostos e em troca ganhou um novo serviço, pescador de homens. Este é o nosso chamado, pescador de homens, e como fazer isso? Anunciando o evangelho em toda a parte, e se preciso for, fale. Pois as nossas atitudes de amor e misericórdia falam mais do que mil palavras. Como cristãos, nós somos os portadores da boa nova, portadores de um tesouro, que devemos repartir com aquele que andam na escuridão deste mundo, que buscam a felicidade em noites mal dormidas, na prostituição, nestas quatro noites de folia do carnaval. Mas quando chegar a quarta feira a realidade volta, e eles continuam na escuridão, e descobrem que a luz que eles viam brilhar era dos holofotes da avenida que se apagou assim como a sua felicidade.
                        Levi depois chamado Mateus nos deixou um legado, alem é claro do seu evangelho, que nas palavras de Jesus nos dizem: Ide por todo mundo e fazei discípulos. Este é o nosso chamado.
                        Que Deus nos abençoe, nos de força e longo animo pra cumprirmos este chamado muito especial, que é pra mim, mas também é pra você.      

Pregação na Paróquia Apostolo Pedro, Jaraguá do Sul,
19 de fevereiro de 2012.
Culto: 9h.