domingo, 18 de dezembro de 2011

TENHA A ALEGRIA DE VIVER

Textos: NE 8: 1-10; Rm 6: 1-4.
Introdução: Ao ler e refletir nestas duas passagens bíblicas, algumas coisas me fazem buscar mais profundamente o que Deus quer falar ao meu coração, e desta maneira, procurar transmitir com mais clareza para todo aquele que anseia por gravar as Palavras do Senhor Deus em seus corações e praticá-la em sua vida.
1. O ANSEIO PELO LIVRO: percebo em primeiro lugar, que havia uma disposição de considerável receptividade, não somente na vinda do povo em multidões, como no seu pedido no sentido do Sacerdote e escriba Esdras ler as escrituras diante deles. Assim espero eu que esta mesma disposição todos vocês tenham para o que Deus tem para nos dizer nesta noite. O interessante neste texto que também me chamou a atenção foi no fato de que este evento, tão importante não se deu no pátio, ou até mesmo dentro do templo, como era de costume, mas foi num centro de vida da cidade. E a própria lei insistia que a sua voz não devesse estar confinada ao santuário, mas, sim, ouvida nas casas e nas ruas.
2. A COMPREENSÃO CORRETA DO LIVRO: O tema principal de Neemias, assim como do livro de Esdras, é que Deus opera soberanamente por meio de agentes humanos responsáveis a fim de realizar o seu propósito redentor. O autor desenvolve este tema em Neemias com atenção especial à reconstrução e edificação das muralhas defensivas de Jerusalém e à reconstituição de todo o povo de “Israel” em seu relacionamento com Deus baseado na aliança. Quero fazer um paralelo deste relato em Neemias com a reconstrução do relacionamento entre Deus e os homens, e o que isso representa em nossas vidas.
• O povo estava chorando enquanto ouvia as palavras da lei. Os motivos deste choro, eu destacaria três: 1) Porque quando Deus começa a nos reconstruir sentimos a dor das feridas do pecado. 2) Em uma reconstrução sempre haverá entulhos para ser jogado fora: que entulhos, em nossa vida precisam ser eliminados. 3) Deus, através de Seu Filho Jesus, é o único que é capaz de remover os entulhos e nos dar uma nova vida.
• Este versículo que lemos, nos trás três dimensões para se estudada:
• Jesus morreu pelo meu e pelo seu pecado;
• Na cruz Jesus assumiu toda a nossa culpa;
• Assim Jesus nos livrou de toda a condenação.
Então Neemias diz: “Podem sair, e comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado. Este dia é consagrado ao Nosso Senhor. Não se entristeçam porque a alegria do Senhor os fortalecerá.” E a pergunta que agora é: Qual é a alegria de viver?
• Saber que Deus se importa comigo, apesar dos meus pecados;
• Saber que Deus quer reconstruir um relacionamento comigo;
• Ter a certeza que só com Jesus eu posso alcançar a verdadeira salvação.

A LEI E A GRAÇA

Texto principal - Gl 3: 15-25.
A Lei não pode invalidar a promessa:
Irmãos, falo como homem. Ainda que uma aliança seja meramente humana, uma vez ratificada, ninguém a revoga ou lhe acrescenta alguma coisa.
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: aos descendentes, como se falando a muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo.
E digo isto: uma aliança já anteriormente confirmada por Deus, a lei, que veio 430 anos depois, não pode ab-rogar, de forma que venha a desfazer a promessa.
Porque, se a herança provém de lei, já não decorre de promessa; mas foi pela promessa que Deus a concedeu gratuita a Abraão.
Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões, até que viesse o descendente a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio de anjos, pela Mão de um mediador.
Ora, o mediador não é de um, mas Deus é um.
É, por ventura, a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum! Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse dar a vida, a justiça, na verdade, seria procedente da lei.
Mas a escritura encerrou tudo sob o pecado, para que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse à promessa concedida aos que crêem.
Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se.
De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fossemos justificados por fé.
Mas, tendo vindo à fé, já não permanecemos subordinados ao aio.


- Aqui o apóstolo Paulo continua expondo “a verdade do evangelho”, quer dizer que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido por meio da fé no Cristo crucificado, independentemente de qualquer mérito humano. Ele esta enfatizando isto porque os judeus não conseguiam aceitar o principio da “fé somente”. Eles insistiam em que os homens tinham que contribuir com alguma coisa para a sua salvação.
Assim, acrescentavam à fé em Jesus “as obras da lei” como outro fundamento essencial para o individuo ser aceito por Deus.
A maneira como Paulo apresenta o plano divino da salvação gratuita vem do Antigo Testamento. A fim de entender o seu argumento e sentir a sua força temos que captar tanto a historia quanto a teologia que se encontram por trás do seu raciocínio.
a). A historia:
Vamos voltar lá para o A. T., mais precisamente para Abraão, e daí para Moisés, que viveu alguns séculos mais tarde. Embora seu nome não apareça aqui, mas com toda a certeza Moisés é o “mediador” citado no verso 19.
Vamos recordar então, peço que os amados irmãos me ajudem:
- Onde Abraão morava quando Deus o Chamou? Ur dos Caldeus
- Qual foi à promessa de Deus a Abraão? Daria-lhe uma semente, ou prosperidade, numerosa. Que daria a ele e aos seus descendentes uma terra e que em sua descendência todas as famílias da terra seriam abençoadas.
O versículo 17 refere-se a um período de 430 anos, o qual corresponde não somente ao tempo entre Abraão e Moisés, como também o tempo de escravidão do povo de Israel no Egito. Finalmente séculos depois de Abraão, Deus levantou Moisés, e através deste libertou os israelitas da escravidão e deu-lhes a lei no Monte Sinai. Em resumo esta é a historia que liga Moisés a Abraão.
b) A Teologia:
A forma como Deus lidava com Abraão e Moisés fundamentava-se em dois diferentes princípios. A Abraão Deus deu uma promessa (...Vai para terra que te mostrarei... Te abençoarei... etc.). A Moisés, porém, deu uma lei resumida aos 10 mandamentos. Qual é a diferença entre estes dois princípios?
- Na promessa a Abraão, Deus disse: “mostrarei... farei... abençoarei...”, mas na lei de Moisés Ele disse: “Não... não... não”.
A maneira de Deus lidar com Abraão encaixava-se na categoria da “promessa”, da “graça” e da “fé”. Mas a forma como Ele lidava com Moisés encaixava-se na categoria da “lei”, dos “mandamentos” e das “obras”.
Então Paulo vai dividir o assunto em duas partes: os versos de 15 a 18 são negativos, ensinando o que a lei não é, ou seja, que ela não anulou a promessa de Deus. Dos versos 19 a 22 são positivos, ensinando o que a lei é, que dizer, que a lei iluminou a promessa de Deus.
1) A lei não anula a promessa de Deus:
O apóstolo inicia o verso 15 dizendo: “... falo como homem”, dando um exemplo humano. Podemos até mudar esta sentença para: “sirvo-me de uma comparação de fácil entendimento”. Esta comparação podemos extrair do reino das promessas humanas, não de um contrato comercial, mas de um testamento, que hoje chamamos de “o ultimo desejo” .
O ponto que Paulo destaca é que os desejos e as promessas expressos em um testamento são inalterados. E certamente não pode ser alterado por ninguém depois que o testante já morreu. Seja qual for o antecedente legal exato, e aqui está o argumento: se o testamento de um homem não pode ser ignorado nem modificado, muito menos as promessas de Deus, que são imutáveis.
Essa era a promessa de Deus. Era livre e incondicional, sem qualquer compromisso. A lei não veio, portanto desfazer a promessa, para realizar um novo pacto no qual o homem precisa fazer para receber. Pois se assim for temos um fardo muito pesado, e se nossa justificação vier pela lei... sinto muito em dizer, mas estamos todos condenados. Muito menos Jesus veio revogar a lei, mas cumpri-la. Aquilo que os judeus usavam como fardo encima das pessoas Jesus aliviou para todos nós, pois não estamos mais debaixo da lei e sim da graça.
2) A lei ilumina a promessa:
A lei tem dois motivos importantes a serem destacados:
a) A lei serve para nos revelar o pecado; em Rm 3:20 “Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado”
b) A lei serve para nos afastar do pecado;
- No verso 19, Paulo destaca “Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa das transgressões.”
- Mas devemos tomar muito cuidado, pois cada vez que vamos exortar um irmão ou uma irmã citando um versículo bíblico, pois a primeira chicotada deste verso deve ser sempre pra nós mesmos. Ou seja, este verso deve primeiro falar pra nós, devemos saber interpretar aquilo que vamos falar, e não é preciso ser Bacharel em Teologia, Pastor, missionário ou um grande estudioso da Palavra, pois o Espírito Santo nos dá este entendimento quando abrimos o coração e a mente pra isso. Vou dar um exemplo: quero exortar o meu irmão que deu uma pisada de bola e digo: Meu irmão a Palavra do Sr em Joel 2:12 diz: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto.” A pergunta é: eu entendi o peso da lei que eu coloco nos ombros do meu irmão? Antes, não deveria eu entender exatamente o que este verso quer dizer pra mim, e então dividir o fardo da lei com o meu irmão?
Conclusão;
A exposição de Paulo parece estranha aos nossos ouvidos. Mas ele esta expondo aqui alguma verdades eternas.
Atualmente a igreja precisa de uma filosofia cristã bíblica e histórica. A maioria de nós cristãos está míopes e intolerantes. Vivemos tão preocupados com nossos negócios que nem o passado e muito menos o futuro nos interessa. Precisamos dar um passo atrás a fim de perceber todo o conselho de Deus, o seu propósito eterno para um povo remido para Ele através de Jesus Cristo.
Só depois que a lei nos fere e esmaga é que admitimos a nossa necessidade do evangelho da graça para curar as nossas feridas. Só depois que a lei tiver condenado e matado é que vamos clamar a Cristo por justificação e vida. Só depois que a lei nos tiver humilhado até o inferno é que vamos buscar o evangelho para nos levar até o céu.

O SENHOR te abençoe e te guarde;
O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;
O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.