CONVERSÃO E CULTURA
Trabalho apresentado para o módulo 4511-01 "Introdução à Antropologia Social" - Prof. Maicon - Elaborado pelos alunos: Emir Vargas, Ivanir Godiemski e Velton Andrade. FATV, 2009-08-14 - Curitiba- PR.
Para podermos falar claramente sobre este assunto, bastante complexo, primeiro temos que responder duas, principais perguntas existentes:
1ª- Qual o efeito na cultura dos novos convertidos?
2º- Qual o efeito da nossa cultura na vida dos novos convertidos?
Não podemos encarar a conversão simplesmente como uma crise, pois ela não é necessariamente uma crise. A conversão, antes de tudo, é um processo onde a experiência cristã é necessariamente marcada pela cultura.
A conversão é a parte integrante da renovação iniciada por Deus, e que será conduzida a um clímax triunfante quando o Senhor Jesus retornar em sua Glória.
Quando acontece a conversão ocorre, invarievelmente, uma ruptura com o passado, o que geralmente é muito doloroso, pois a conversão nos trás a certeza do pecado e da vida pecaminosa que até então nos encontrávamos. Porém com a transformação por meio do Espírito santo, vem a paz e a certeza da salvação que traz ao convertido a alegria.
Quando há conversão sincera, ha também uma mudança em relação à lealdade. Aquilo que antes faia sentido (deuse, ídolos e outros senhorios), e que tinha domínio sobre a vida do converso, já não faz mais nenhum sentido, pois Jesus assume a direção de sua vida e passa ser o Senhor e Governate dela.
Quando o novo convertido aceita Jesus como seu único e suficiente Salvador, é desafiado a produzir frutos dignos do seu arrependimento, conforme está escrito no evangelho de Mateus capítulo 3.8: "Dêem fruto que mostre o arrependimento."(NVI), e isso trás mudança de comportamento ético e moral. Tanto a mente como a vontade do convertido passa a submeter-se à vontade e obediência a Cristo.
A conversão não acontece apenas no interior do individuo, mas também no meio em que vive. Portanto deve-se evitar o máximo, sair do meio em que vive, mesmo que isso seja doloroso, mesmo por que agora ele viva em uma nova humanidade de Deus, saindo de uma humanidade caída.
Nossa obrigação como missionários em uma outra cultura, é deixar claro ao convertido de que ele precisa ter consciência que a transferência de um grupo para outro não significa que ele será segregado do antigo grupo, apenas eleserá espiritualmente distinto em meio ao grupo, ou seja, é lá que ele deverá ser "sal e luz".
O nosso objetivo também é, inserir o novo convertido em um novo espírito, em uma nova forma de vida, uma nova comunidade e em uma nova missão, sem que com isso haja uma ruptura radical com o meio em que vive, sua cultura, pois "a conversão não desfaz, ela refaz". Sua lealdade passa agora a ser so Senhor Jesus.
Todo confertido passa, necessariamente, por três estágios:
1º- Rejeição: Quando se vêemcomo "novas criaturas em Cristo" e rompem radicalmente com o seu passado, e às vezes até com a sua própria cultura;
2º- Adaptação: Quando descobrem sua herança étnico-cultural, e vem a tentação de associar sua fé cristã comessa herança;
3º- Reestabelecimento da identidade: Quando finalmente há um desenvolvimento equilibrado em Cristo e na sua cultura.
A partir da conversão real a pessoa pasa ter pleno conhecimento do poder do senhor Jesus, sendo este, superior a tudo e a todos os outros deuses.
Acreditamos que a conversão não deveria ser apena na forma individual, mas que ela possa ser também em grupo, e, preferencialmente em grupos familiares. pois a Bíblia tem inúmeros relatos sobre este tipo de conversão que começa no A.T., continua no N.T. e perdura até os dias de hoje, onde grupos familiares têm suas conversões e seus batismos.
Também é bom ressalter que raramente a conversão aconteça subitamente, claro que isso pode acontecer. Porém acreditamos que a conversão aconteça gradualmente. Quando há uma discussão sobre conversão súbita ou gradual, podemos dizer que isso é apenas uma disputa de palavras: Justificação e Regeneração, sendo que a primeira leva a um novo status e a segunda a uma nova vida. E a conversão não acontece sem a nossa ação.
A conversão verdadeira, deve envolver transformação e regeneração completa no individuo. Assim com também a renovação na mente e no caráter, conforme Paulo nos fala em Rm 12. 1 e 2> Porém é um processo que nem sempre ocorre como deveria ocorrer, pois muitas pessoas se desviam dos caminhos do Senhor Jesus quando perdem o encanto pela igreja, e outras devido as pressões que são submetidas pela vida secular ou da sua antiga cultura.
E para finalizar queremos deixar claro que a conversão é sempre uma experiência complexa, e que quando a Bíblia usa a linguagem "VOLTAR-SE", ela é usada de diferentes maneira e em diferentes contextos. Mas o importante é salientar que o compromisso pessoal com Jesus Cristo é essencial. Nele encontramos salvação, uma vida nova e uma identidade pessoal. Temos certeza que a conversão, precisa necessariamente, resultar em novas atitudes e ralações. Precisa levar a um envolvimento responsável em nossa igreja, em nossa cultura e em nosso mundo. E para concluir, a conversão é uma jornada, uma peregrinação, com novos desafios, novas decisões e novos retornos ao Senhor Jesus como constante ponto de referencia até que Ele volte.