quinta-feira, 28 de março de 2013

APRENDENDO COM O SOFRIMENTO DE JESUS.


Aprendendo com o sofrimento de Jesus.
Texto: Hb 5: 7-10.
            Depois do autor de Hebreus citar as qualidades do Sumo Sacerdote, agora ele passa a demonstrar como cumpre Jesus Cristo as grandes condições do sacerdócio.
            Em primeiro lugar, considera que Jesus não escolheu sua missão. Deus o escolheu para ela. A vocação acontece antes da encarnação, contudo entra em vigor na paixão e morte, obtendo sua confirmação na ressurreição e ascensão. Por ocasião de sua encarnação. Jesus submete-se inteiramente às ordens de Deus conforme lemos em Jo 5: 19: Então Jesus disse a eles: Eu afirmo a vocês que isto é verdade: o Filho não pode fazer nada por sua própria conta, pois ele só faz o que vê o Pai fazer. Tudo o que o Pai faz o filho faz também. No batismo, Jesus ouviu a voz que lhe dizia: “Você é meu filho; hoje eu me tornei seu pai”. (Sl 2: 7b).
            Em segundo lugar, Jesus atravessou pelas experiências mais amargas dos homens e entende a humanidade em toda a sua fortaleza ou fraqueza. Assim como o sumo sacerdote do AT, assim também Cristo, enquanto Sumo Sacerdote do novo povo de Deus, ofereceu sacrifícios. Todo o tempo de sua vida, toda a trajetória terrena de Jesus foi um sofrimento, uma caminhada ao sacrifício. Neste texto, porem, tem-se em mente especialmente o acontecimento do Getsêmani, a luta de oração de Jesus e a sua morte na cruz do gólgota. Jesus ofereceu orações e suplicas. O autor de Hebreus tem quatro grandes pensamentos sobre Jesus.
            a) LEMBRA JESUS NO GETSÊMANI: Pensa nisso quando fala de suas preces e súplicas, de suas lágrimas e seu clamor. Na sua oração Jesus sacrificou sua própria vontade. Ele sabia: Deus era o único em cuja mão estava a sua vida e que teria podido mudar a sua via de paixão. Porem ele ora: Meu Pai, se este cálice de sofrimento não pode ser afastado de mim sem que eu o beba, então que seja feita a sua vontade. (Mt 26: 42b). A palavra usada para clamor tem muito significado. O termo grego krauge designa esse clamor que o homem não tenta expressar, mas sim arranca quase involuntariamente de seu ser pela angustia e agonia de alguma tremenda tensão ou dor dilacerante. De modo que, o autor de Hebreus diz que não existe agonia do espírito humano pela qual Jesus não tenha passado. Os rabinos tinham dito: Há três tipos de suplica uma mais elevada que a precedente: oração, clamor e lagrimas. A oração faz-se em silencio; o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo. Jesus conheceu até a oração desesperada das lagrimas.
            b) JESUS APRENDEU DE TODAS AS EXPERIÊNCIAS HUMANAS pelas que aconteceu as enfrentou a todas com reverencia.  O autor de Hebreus descreve a trajetória de sofrimento do Senhor com palavras que destacam a verdadeira natureza humana de Jesus. ele realmente foi tentado de todas as maneiras como nós (Hb 4: 15). Contudo, acima do caminho mais difícil que Jesus teve de andar, o caminho pelo Getsêmani até a cruz, paira um brilho da glória divina.
            Deus fala com o homem nas múltiplas experiências da vida e não menos nas que põem à prova o intimo do coração e da alma. Mas só podemos escutar esta voz de Deus quando com reverencia aceitamos o que nos ocorre. Se o aceitarmos com ressentimento, então os gritos rebeldes de nosso próprio coração nos fazem surdos à voz de Deus.
            c) ATRAVÉS DAS EXPERIÊNCIAS QUE PASSOU. O filho de Deus teve de aprender a obedecer. Essa obediência levou-o à paixão – até a morte de cruz. O próprio Jesus entendeu seu itinerário na terra como obediência perfeita. Em Jo 5: 30 Jesus afirma: Eu não posso fazer nada por minha própria conta, mas julgo de acordo com o que meu Pai me diz. O meu julgamento é justo porque não procuro fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou. O que diz o autor de Hebreus é que as experiências e sofrimentos pelos quais Jesus passou o capacitaram perfeitamente para chegar a ser o salvador e redentor dos homens. Foi capaz de salvar os homens porque passou por todos os vales tenebrosos da vida pelos quais deve passar o espírito humano. Com esta afirmação, visa também, alertar os fiéis de que também a igreja pode ser aprovada pela obediência unicamente através do sofrimento, sendo assim aperfeiçoada. Obediência pratica significa, nessa situação, não recuar nem mesmo no sofrimento, porem perseverar no testemunho a Jesus.
            d) A SALVAÇÃO QUE JESUS BRINDA É UMA SALVAÇÃO ETERNA. Somente pela via da paixão e da morte Jesus pôde conquistar a nossa salvação. Após sua consumação, é, mediante sua ressurreição e ascensão, Ele tornou-se o autor da salvação eterna. É algo que salva o homem no tempo e na eternidade; algo que assegura ao homem na vida presente e em toda á vida possível. Com Cristo o homem está salvo para sempre. Não há circunstancias concebível ou inconcebível que possa arrancar o homem da mão de Cristo. A palavra profética do AT cumpriu-se: Jesus é Grande Sacerdote, na ordem do sacerdócio de Melquisedeque.
            CONCLUSÃO: Jesus ofertou orações, suplicas e lágrimas, ele sacrificou a sua vontade a Deus, sacrificou a sua própria vida. Jesus tornou-se pelo sacrifício da sua vida o Sumo Sacerdote perfeito. O sacrifício único de Jesus vale para todos os tempos, Ele atravessou os céus de uma vez por todas, para comparecer agora eternamente a face de Deus em nosso favor.
            No caminho da obediência, que conduziu por sofrimentos, Jesus tornou-se o Sumo Sacerdote perfeito e ao mesmo tempo causa da salvação eterna. Assim como Jesus foi obediente ao Pai e entrou na glória, assim também o caminho dos fiéis leva a glória unicamente pela obediência e pelo sofrimento. As linhas divinas da salvação da antiga aliança valem igualmente para a igreja da nova aliança. Ao mesmo tempo, porém, o serviço e a glória dos mensageiros de Deus do AT foram cumpridos e superados por intermédio de Jesus Cristo. A imensurável magnitude da dádiva de Deus em Jesus Cristo reluz diante do fundo histórico do povo de Israel do AT e de seu sumo sacerdócio. Jesus Cristo é a grande dádiva de Deus. É dele que jorra para nós a força de que precisamos para perseverar na trajetória do discipulado, ainda sob graves dificuldades internas e externas.