quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

CONHECER AO SENHOR.



Texto principal: Oseias 5: 15 – 6: 6.
“Então voltarei ao meu lugar até que eles admitam a sua culpa. Eles buscarão a minha face, em sua necessidade eles me buscarão ansiosamente. – Venham, voltemos para o Senhor. Ele nos despedaçou, mas nos trará a cura, Ele nos feriu, mas sarará as nossas feridas. Depois de dois dias Ele nos dará vida novamente; ao terceiro dia nos restaurará, para que vivamos em sua presença. Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como o sol nasce, Ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra. – ‘Que posso fazer com você, Efraim? Que posso fazer com você Judá? Seu amor é como a neblina da manhã, como o primeiro orvalho que logo evapora. Por isso eu os despedacei por meio dos meus profetas, e os matei com as palavras da minha boca; os meus juízos reluziram como relâmpagos sobre vocês. Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocausto’.” 
         O profeta Oséias é de uma particularidade interessante, pra não dizer espetacular... Ele poderia ser chamado o profeta do amor. Pois soube como ninguém se entregar ao amor de sua esposa, mesmo ela sendo infiel, lhe devotou toda a sua paixão sem querer retribuição.
         Mas o que pretendo expor nesta noite como tema principal desta pregação é: Conhecer ao Senhor. Creio que este tema é muito propicio para os dias que estamos vivendo, pois há em nosso meio, pessoas chamadas “evangélicas”, e me desculpem o comentário maldoso, mas tenho visto que rotular-se como evangélico hoje em dia, infelizmente não é mais identificar-se como cristão como era em décadas passadas.
         Muitos afirmam crer em Deus e em seu Filho Jesus Cristo, mas suas obras acabam por demonstrar o contrario, isto é, a falta de conhecimento de Deus e falta de temos a Jesus Cristo. Uma igreja só pode crescer apartir do instante que a comunidade passa a interessar-se em conhecer ao Senhor e obedecer a Sua Palavra.
         Quero me aprofundar mais neste tema, através da leitura proposta e trazer aos amados irmãos algumas coisas que aprendo e me ajudam a conhecer mais ao Senhor e obedecer a Sua Palavra.

1º - Deus aguarda o arrependimento do povo:
O nosso texto diz que o povo não demora em buscá-lo, mas não mostra uma mudança de coração profunda. Ao invés de pensar principalmente como feriram o Senhor com os seus pecados abomináveis, eles apenas querem uma saída para o seu sofrimento. E nós... Quantas vezes não agimos assim no meio das aflições? Quantos de nós em meio ao sofrimento não clamamos a Deus pêra nos tirar dele? Creio que nunca nos lembramos, em meio ao sofrimento, de nos perguntarmos, onde erramos, qual é o nosso pecado que feriu Deus e provocou a sua ira e desgosto contra nós?
         O livramento do sofrimento é um motivo válido para empurrar o pecador ao arrependimento. Deus muitas vezes usa o sofrimento para disciplinar, e convida o pecador a voltar para Ele, e para se livrar dessas conseqüências, vale aqui considerar o exemplo do filho pródigo em Lc 15: 11-32. Mas vale ressaltar que, o remorso precisa nos levar ao reconhecimento do pecado como uma afronta pessoal contra Deus, Paulo nos diz em 2Co 7:10: “A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim a um arrependimento que leva a salvação, e a tristeza segundo o mundo produz a morte.”
         O povo de Israel e de Judá voltaria ao Senhor para receber os benefícios imediatos. A atitude deles é descrita  em Os 6: 1-3: Deus nos castigou e nos curará, voltando para Ele hoje, Ele já restaurará as bênçãos em dois ou três dias.
         O verso 3 deixa bem claro que, para que Deus se volte pra nós é preciso conhecer o Senhor, esforçar-se ao máximo para conhecê-lo mais e melhor. Este é o conceito fundamental de Oséias e o nosso versículo chave para esta noite.
2º - Para conhecer ao Senhor, nosso arrependimento precisa ser verdadeiro: O povo acuado, no “sufoco”, busca a Deus, aparentando verdadeira conversão. Mas o Senhor não se deixa enganar por uma conversão superficial e momentânea. Deus quer uma mudança verdadeira e radical de vida. Um compromisso capaz de transformar a sociedade e estabelecer seus parâmetros de justiça. Deus quer que seu povo o conheça, isto é mais importante do que sacrifícios e ritos. Deus reconheceu a insinceridade deste “arrependimento” e comparou o amor do povo com a nuvem da manhã ou com o orvalho da madrugada. Dura pouco tempo. E isso muitas vezes acontece conosco. Quantas vezes depois de cometer um erro, nos prostramos, pedimos perdão, para logo em seguida voltar a cometer o mesmo erro. Nossas atitudes e o nosso falar é como dizia uma musica da minha juventude “sou como nuvem passageira que com o vento se vai”. Deus quer de nós conhecimento, não sacrifícios e holocaustos. Sacrifícios e holocaustos serviam para aplacar a ira de Deus quando o povo pecava. O conhecimento serve para evitar a iniqüidade e suas conseqüências. Vamos ver o capitulo 4: 6 de Oséias: “Uma vez que vocês rejeitaram o conhecimento, eu também os rejeito como meus sacerdotes; uma vez que vocês ignoraram a lei do seu Deus, eu também ignorarei seus filhos.” Também em 1Sm 15: 22 nos diz: “Samuel, porem, respondeu: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que sacrifício, e a submissão é melhor do que gordura de carneiros.” Podemos entender esta atitude de Deus fazendo uma simples comparação com pais e filhos. Quando um filho desobedece e volta aos pais para pedir desculpas, os pais perdoam. Mas, todos os pais preferem que os filhos obedeçam para não terem a necessidade de pedir perdão.
3º - O verdadeiro conhecimento de Deus abrange comunhão com Ele e com os irmãos: e isso nos leva a fé, obediência a sua palavra e uma vida de louvor e adoração, de total dependência a Ele. Ou, resumindo, uma vida de relacionamento pessoal com Ele. O povo é acusado de não “conhecer a Deus”. Recebe tal denuncia por estar vivendo afastado da fidelidade e do amor de Deus. No verso 3, Deus demonstra poeticamente seu desejo de abençoar tal povo, porem, sua infidelidade os impediu de atender tal apelo. O profeta Oséias ressalta nesta passagem que o segredo de estabilidade e crescimento sadio do povo de Deus está em “conhecê-lo profundamente”. E esse desejo de Deus, ainda existe para nós hoje, basta você ler Mt 9:13, 12:7 e 2Pe 3:18. E você tem procurado conhecer a Deus? (experiência em Petrolina?)
         Para finalizar, a mensagem de Oséias proclama que:
a)    O reinado de Deus abarca os povos e seus movimentos e as pessoas e seus relacionamentos. Não há, pode-se dizer, nenhuma área de sua criação que não seja do seu interesse.
b)    Tanto assim que Ele entra nesse cenário. As metáforas que o profeta aplica a Deus são ameaçadoras como leão que despedaça a presa (Os 5:14 – 6:1), podridão, traça (5:12). Deus se faz presente nesse processo de destruição e destrói a arrogância do seu povo.
c)    Mas esse Deus restaura para vida a quem destruiu.
É importante observar que, ao aplica a metáfora do furor, ira e destruição a Deus, a mensagem traz um elemento altamente diferencial em relação às experiências humanas. O amor, a fidelidade prevalecem na ira. Esse Deus que reergue o seu povo é o Deus que ama a fidelidade duradoura (6: 6) e não efêmera como a neblina da manhã, (6: 4). Por isso, o que Ele quer é a misericórdia (fidelidade pactual, de aliança), o conhecimento Dele, a comunhão com Ele e não apenas sacrifícios. A essência da oferta de ação de graças e louvor é a entrega da pessoa, da comunidade à fidelidade e ao amor que caracterizam Deus, isto é a comunhão (para que Ele habite em nós e Nós Nele).
         O verdadeiro crescimento cristão deve, como em todas os aspectos da ética revelada pela palavra de Deus, ser equilibrado, santo e abranger dois aspectos distintos: o crescimento na graça e no conhecimento.


Culto na Paróquia Apostolo Pedro – Jaraguá do Sul – SC – dia 05 de fevereiro de 2012 às 19h.